Um vídeo que mostra supostamente um traficante arrependido momentos antes de confrontos com o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) no Rio de Janeiro, sendo amplamente compartilhado nas redes sociais, foi desmascarado como sendo falso. A gravação, que viralizou especialmente após uma megaoperação policial no Rio que resultou em 121 mortes, é uma criação feita com inteligência artificial.
O que diz o vídeo
No conteúdo, o homem vestido com colete à prova de balas e com uma corrente no pescoço faz um apelo emocionado, dizendo: “Estou arrependido, velho. Isso aqui não é vida, não, parça. O Bope está subindo… Eu só queria ajudar minha coroa.” Tal mensagem, que remete a um arrependimento profundo, é apresentada de forma que sugere uma genuína expressão de medo e vulnerabilidade.
O vídeo ganhou notoriedade em plataformas como X, TikTok e Instagram, com legendas sensacionalistas que reforçam a narrativa de um bandido “se dando mal”. No entanto, essas descrições omitem que o material foi elaborado digitalmente e não reflete um evento real.
Por que isso é falso?
A equipe do Fato ou Fake, do portal G1, analisou a gravação utilizando ferramentas especializadas. A plataforma Hiya, encarregada de identificar conteúdos falsificados gerados por IA, atribuiu uma pontuação de apenas “1” na escala de autenticidade, confirmando que se trata de um deepfake. Essa técnica é utilizada para manipular vídeos e áudios, criando representações que podem enganar os espectadores.
Indícios de manipulação
Além disso, a análise realizada pelo Fato ou Fake com a ferramenta Sightengine identificou uma probabilidade de 99% de que o conteúdo tenha sido gerado artificialmente. Um dos indícios claros da manipulação pode ser observado na parte da corrente utilizada pelo homem no vídeo, que “desaparece” em determinados momentos, algo impossível em uma gravação real.
Contexto da megaoperação no Rio de Janeiro
A desinformação gera preocupações ainda maiores, principalmente em um contexto já tenso de insegurança no Brasil. A megaoperação que ocorreu nos complexos do Alemão e Penha é considerada uma das mais letais da história do estado, aumentando a necessidade de verificar informações antes de compartilhar. Este vídeo falso é um exemplo claro de como a desinformação pode distorcer realidades e potencializar o pânico social.
Como evitar desinformação nas redes sociais
Para evitar ser enganado por conteúdos manipulados nas redes sociais, os usuários podem adotar algumas práticas. Sempre busque fontes confiáveis e verifique se a informação foi checada. Ferramentas que analisam a autenticidade de imagens e vídeos são importantes aliadas na luta contra fake news.
Em tempos em que a comunicação é amplificada pela internet, a responsabilidade de cada um se torna vital. Ao compartilhar informação, é essencial garantir que ela seja verdadeira para não contribuir com a desinformação que pode afetar muitas vidas.
Conclusão
A disseminação de vídeos como o que se tornou viral recentemente demonstra a urgência em fortalecer a literacia digital da população. Com a crescente produção de conteúdos gerados por inteligência artificial, a capacidade de discernir o que é real do que é fabricado se torna uma habilidade indispensável. Em momentos de crise, como o que o Rio de Janeiro enfrenta, a verdade precisa prevalecer para garantir uma sociedade informada e coesa.
