Goiânia – O Ministério Público de Goiás (MPGO) tomou a decisão de devolver o inquérito que investigava o caso de Lázaro Barbosa e solicitou uma série de informações adicionais à Polícia Civil. Segundo o MPGO, há “informações indispensáveis” que estão ausentes no documento, embora não tenha sido especificado quais seriam essas lacunas.
Lázaro Barbosa, que se tornou um dos criminosos mais procurados do Brasil, foi morto em uma intensa troca de tiros com a Polícia Militar de Goiás (PMGO) após um período de 20 dias de fuga. Sua captura se destacou pela dramaticidade e pela mobilização de forças policias em Goiás e no Entorno do Distrito Federal.

A morte do foragido ocorreu no dia 28 de junho de 2021 e, desde então, o inquérito que investigava os eventos que levaram à sua captura passou por diversas revisões. O processo foi concluído apenas em setembro deste ano, e, conforme dados do Tribunal de Justiça de Goiás, uma movimentação significativa aconteceu um mês depois sobre os laudos de confronto balístico e exame de armas.
Reabertura da investigação
No mês de outubro, o MPGO requisitou que a delegacia incumbida do caso realizasse novas investigações. O órgão ainda pediu que o Instituto de Criminalística do Instituto Médico Legal (IML) enviasse o laudo definitivo do exame cadavérico, assim como análises de eficiência e confronto. Investigações paralelas sofreram críticas, conforme o MPGO revelou falhas significativas na conduta dos policiais militares durante a operação para capturar Lázaro.
Defesa dos policiais e vícios de investigação
Apesar de a Corregedoria da PMGO ter concluído, em um inquérito interno, que os agentes agiram em legítima defesa, a documentação enviada à Polícia Civil e, por consequência, ao MPGO, apresenta cópias de possíveis falhas. O MP determinou a reabertura do inquérito, que deverá conter novas diligências, incluindo o depoimento de policiais e de familiares de Lázaro, bem como imagens de câmeras de segurança na área da captura.
O MP identificou a ausência de diligências fundamentais, como a falta de depoimentos testemunhais e a falta de laudos periciais essenciais, incluindo o exame cadavérico de Lázaro e o registro detalhado do local onde aconteceu a morte. Embora Lázaro tenha recebido atendimento médico, os relatórios médicos necessários não foram incluídos no inquérito, levantando questionamentos sobre a integridade da investigação.
Como resultado, a nova investigação ficará a cargo da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios e deve apresentar um novo relatório em até 80 dias.
Caso Lázaro
Lázaro Barbosa ficou conhecido em todo o Brasil após ser responsável pela brutal morte de quatro membros da mesma família em Ceilândia (DF). Ele invadiu a chácara da família Vidal em 9 de junho de 2021 e assassinou Cláudio, Gustavo e Carlos. A esposa de Cláudio, Cleonice, foi sequestrada e seu corpo encontrado três dias depois, com marcas de violência.
Com um total de 125 disparos realizados pela polícia, a perícia localizou 14 projéteis no corpo do criminoso, indicando que ele foi atingido por 38 tiros. Com a reabertura das investigações, o MPGO busca escrutinar tudo o que aconteceu na sequência de eventos que levaram à morte de Lázaro Barbosa, assegurando que a justiça seja feita de maneira justa e transparente.
O caso continua a gerar repercussões e mobilizar a atenção do público, refletindo a complexidade da atuação policial e as consequências dos eventos que cercam a detenção dos criminosos.


