Nos últimos dias, o Partido dos Trabalhadores (PT) tem se mobilizado para retomar as conversas com o clã Requião, focalizando a disputa pelo governo do Paraná. O ex-governador Roberto Requião (PDT) e seu filho, Requião Filho, estão no centro dessa negociação, que pode resultar na abertura mão do PT da cabeça de chapa, em uma tentativa de consolidar uma aliança contra o senador Sérgio Moro, do União Brasil. A confirmação dessa informação veio do presidente estadual do PT, Arilson Chiorato, e do próprio Requião Filho, que se posiciona como pré-candidato ao Palácio Iguaçu.
Ruptura e novas alianças
O clã Requião cortou relações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022, expressando publicamente descontentamento e críticas diretas ao governo. Desde então, tanto Roberto Requião quanto seu filho têm intensificado as reclamações contra as decisões federais. Entretanto, recentes pesquisas de opinião indicam uma forte vantagem para Moro, com 41% das intenções de voto, o que tem levado a um movimento pela reconciliação.
A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, que também é deputada federal pelo Paraná, teve um encontro com Requião Filho na última semana. Fontes do PT indicam que a conversa fluiu de maneira amistosa, apesar de não culminar em um acordo formal, dando um passo em direção a uma possível reaproximação entre os partidos.
Reuniões e diálogos
Requião Filho comentou sobre o encontro, afirmando que o objetivo foi alinhar interesses em comum e discutir inimizades. “Na política, apoio e voto a gente nunca recusa. Temos uma extrema direita no Paraná buscando a eleição, e a gente vê a eleição do Moro como um problema muito maior que as divergências que temos hoje com o PT”, enfatizou o deputado.
Com relação às desavenças anteriores, Requião Filho destacou que as divergências permanecem, especialmente em questões como privatizações e o modelo de cobrança de pedágios nas estradas paranaenses. “Essas escolhas divergem do discurso da campanha”, afirmou o deputado, mas também reconheceu que existem algumas convergências que podem facilitar o diálogo entre as partes.
Possível formação de chapa
O deputado estadual Arilson Chiorato, que também é presidente do PT no estado, confirmou que as negociações para formar uma chapa conjunta estão em desenvolvimento. “Estamos conversando com ele, há essa proposta de apoiá-lo, e estamos muito propensos a essa união. Vamos nos reunir mais vezes para discutir”, disse Chiorato, adicionando que ambos discutirão o assunto em Brasília com os diretórios nacionais do PT e PDT.
Até o momento, o desenho da chapa está se formando com Requião Filho como o cabeça de chapa na disputa pelo governo do Paraná. O PT, por sua vez, concorreria ao Senado com Enio Verri, ex-deputado e atual diretor-geral da Itaipu Binacional, sendo o segundo nome para a candidaturas a senador ainda indefinido. O ex-governador Roberto Requião está previsto para concorrer a uma vaga na Câmara dos Deputados.
Os próximos passos na negociação entre o PT e o clã Requião podem ser cruciais para o cenário político do Paraná, especialmente com a ameaça que a candidatura de Sérgio Moro representa. A articulação política feita em torno dessa reconciliação poderá não apenas moldar a disputa eleitoral nos próximos meses, mas também influenciar as estratégias de outros partidos na região.
Ainda há questões não resolvidas e muito a ser discutido, mas o movimento do PT em direção ao clã Requião mostra uma busca por unidade frente a um adversário que promete ser forte nas próximas eleições.
Para mais detalhes, acesse [Metrópoles](https://www.metropoles.com/brasil/pt-quer-reconciliacao-com-requiao-para-disputa-contra-moro-no-parana).
