Os diretores do Banco Central, liderados por Gabriel Galípolo, iniciaram nesta segunda-feira (4) a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que decidirá a taxa básica de juros, a Selic. A decisão será divulgada nesta terça-feira (5). Atualmente, a Selic está em 15% ao ano, o maior nível desde julho de 2006, após uma série de altas iniciadas em setembro de 2024.
Manutenção da Selic em 15% e o objetivo de controle da inflação
Embora o mercado financeiro espere que a taxa permaneça nesses níveis, especialistas avaliam que a decisão visa manter o controle da inflação, cujo objetivo é chegar à meta de 3% ao ano. Ainda não há garantias de que essa meta será atingida, apesar de sinais de desaceleração. Na decisão de setembro, o Banco Central manteve a Selic, justificando a estabilidade com o cenário de controle inflacionário.
Perspectivas e cenário atual
Na ata da última reunião, o BC indicou que a taxa deve permanecer por um “período bastante prolongado”, repetindo essa expressão ao longo do documento. Essa postura reflete a preocupação com a persistência de pressões inflacionárias, mesmo com a inflação desacelerando, conforme dados do Boletim Focus, que mostrou a projeção do IPCA em 4,55% para o final do ano — abaixo do teto de 4,5% da meta, mas ainda acima do centro.
Impactos nas contas públicas e na economia
Além do cenário de juros elevados, tramita na Câmara um projeto que amplia os gastos públicos, permitindo a liberação de R$ 5 bilhões anuais a mais para Defesa, o que gera preocupação sobre o aumento das contas públicas (mais detalhes aqui). Esse cenário influencia as expectativas do mercado e a condução da política monetária.
Repercussões de mercado e expectativas futuras
Após o ciclo de alta iniciado em setembro de 2024, que elevou a Selic em 4,5 pontos percentuais, o ambiente econômico continua bastante competitivo. Segundo a colunista Míriam Leitão, no blog do GLOBO, os agentes financeiros têm reduzido a expectativa de corte na taxa de juros na reunião de dezembro, apesar de a inflação estar abaixo do esperado (análise completa aqui).
Pela sexta semana consecutiva, a previsão do mercado para o IPCA de 2025 foi revisada para 4,55%, indicando uma percepção de estabilização da inflação. Esse cenário de juros elevados também impacta outros setores, como o mercado de ações, que recentemente atingiu recorde intra-diário ao romper os 150 mil pontos (mais aqui).
Para mais detalhes sobre a decisão do Copom e as projeções econômicas, consulte o alerta da matéria no Globo.


