Brasil, 29 de dezembro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

WePink continua proibida de fazer lives até regularização de estoque

A WePink, marca de cosméticos, permanece proibida de realizar vendas ao vivo enquanto não comprovar adequação no atendimento aos clientes.

A WePink, marca de cosméticos co-fundada por Virgínia Fonseca, Thiago Stabile e Chaopeng Tan, segue com restrições para realizar lives de vendas. O Ministério Público de Goiás (MPGO) reiterou a proibição até que a empresa apresente garantias de que possui produtos em estoque e que o atendimento ao cliente esteja estruturado de forma adequada. Recentemente, o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) negou o pedido da WePink para suspender a liminar que a impede de realizar transmissões ao vivo promocionais.

A decisão é resultado de uma série de reclamações recebidas pelo MPGO. Em seis meses, foram registradas mais de 32.446 queixas relacionadas a problemas variados, desde descumprimento de prazos de entrega até falhas no atendimento ao consumidor. O desembargador Fabiano Abel de Aragão Fernandes, relator do caso, analisou que os documentos apresentados pela WePink, que visavam comprovar a regularidade do estoque, eram insufficientes e careciam de auditoria externa.

Reclamações e descumprimentos

A WePink argumentou que o número de reclamações havia reduzido e que mantém mais de 1 milhão de produtos disponíveis. Contudo, o tribunal manifestou dúvidas sobre a transparência e boa-fé da empresa nas relações comerciais. O MPGO identificou várias práticas abusivas, incluindo a dificuldade em efetuar reembolsos aos clientes e a realização de ofertas publicitárias que não eram cumpridas.

Como resultado, a promotoria solicita que a WePink pague uma multa de R$ 100 mil por descumprir a decisão judicial, além de exigir uma indenização de R$ 5 milhões por dano moral coletivo, que será destinado ao Fundo Estadual de Defesa do Consumidor. Além disso, o MPGO cobra que a empresa forneça informações claras sobre políticas de trocas e direitos do consumidor, tanto em seu site quanto nas redes sociais.

Publicidade enganosa e urgência artificial

De acordo com o MPGO, o sucesso de vendas da WePink é amplamente atribuído à influência de Virgínia Fonseca, que realiza campanhas e transmissões ao vivo com descontos e promoções que incentivam compras imediatas. O promotor Élvio Vicente da Silva descreve que essa estratégia cria um “senso de urgência artificial”, levando os consumidores a decisões de compra impulsivas.

Em uma transmissão ao vivo, Thiago Stabile, um dos sócios da WePink, reconheceu que a empresa teve dificuldades em manter os prazos de entrega devido ao seu crescimento acelerado: “De fato, tivemos um problema de abastecimento porque crescemos rapidamente. Às vezes, [as entregas] demoram, pois algumas matérias-primas acabam, uma vez que vendemos muito”, afirmou.

Audiência marcada para dezembro

Uma audiência de conciliação está agendada para o dia 09 de dezembro de 2025, às 13h30, no Fórum de Goiânia, para tratar dos problemas entre a WePink e o MPGO. Até a data da audiência, a WePink deverá continuar impedida de realizar novas transmissões comerciais até que prove a regularização das entregas e a efetividade na comunicação com os clientes.

O caso levanta questões relevantes sobre a responsabilidade das empresas em suas práticas comerciais, especialmente em um mercado crescente e dinâmico como o de cosméticos online. Assim, o desenrolar desta situação será de grande interesse para consumidores e investidores, atentos às ações das marcas em resposta a regulações e à pressão da sociedade civil.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes