O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, atingiu nesta segunda-feira (3) um novo recorde ao superar os 150 mil pontos pela primeira vez, impulsionado por fatores internos e externos. Às 10h20, o índice avançava 0,39%, cotado a 150.131 pontos, enquanto o dólar caía 0,41%, negociado a R$ 5,3576.
Mercado acompanha expectativa de corte de gastos no Congresso
Investidores monitoram sinais de que o Congresso pode votar nesta semana um projeto de corte de gastos públicos. A medida é vista como importante para a estratégia do governo de controlar a inflação e equilibrar as contas fiscais, em meio à expectativa de definição de uma nova política de juros pelo Banco Central.
Especialistas avaliam que o cenário político deve continuar influenciando o mercado nesta semana, especialmente enquanto o Banco Central se prepara para uma nova decisão sobre a taxa de juros na quarta-feira (5).
Política monetária e contexto externo puxam negociações
Decisão do Copom e sinais do Federal Reserve
Enquanto o Comitê de Política Monetária (Copom) se prepara para anunciar sua próxima decisão sobre os juros, investidores acompanham o mercado externo. A paralisação do governo americano, em seu 34º dia, afeta a divulgação de dados econômicos como o payroll e o índice de preços ao consumidor (CPI).
Sob efeito dessa incerteza, analistas continuam a apostar na possibilidade de corte de juros nos Estados Unidos em dezembro, mesmo sem dados oficiais recentes. Hoje, estão previstos indicadores privados do país, como o PMI da indústria às 11h45 e o índice ISM às 12h.
Impactos no mercado internacional
Com o fim do horário de verão nos EUA, as bolsas de Nova York passaram a abrir às 11h30 e fechar às 18h. Essa mudança também afetará o pregão da B3, embora o funcionamento das câmbio e juros permaneça normal. Nos mercados internacionais, a alta das bolsas reforça o clima de otimismo, impulsionado por resultados de balanços de empresas como Spotify e Uber.
Dados econômicos e projeções
Segundo o Boletim Focus, divulgado às 8h25 pelo Banco Central, as expectativas de inflação para 2025 foram revistas para baixo, pela sexta semana consecutiva, para 4,55%. As projeções para 2026 e 2027 também sofreram ajustes, permanecendo em 4,20% e caindo de 3,82% para 3,80%, respectivamente.
O levantamento revelou ainda que a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 se mantém em 2,16%, e o mercado espera que a taxa básica de juros permaneça em 15% ao ano até o final deste ano.
Panorama internacional e análise do dólar
A paralisação do governo dos EUA, em seu 34º dia, mantém o país na maior paralisação da história, afetando serviços essenciais e deixando milhões de americanos sem acesso a benefícios. Donald Trump declarou que o governo só será reaberto após negociações, indicando resistência às demandas democratas.
Internacionalmente, os mercados de ações operam com otimismo na semana, com destaque para a retomada de negociações comerciais entre China e EUA, o que contribui para a valorização de índices na Ásia e na Europa. Na Ásia, o índice Kospi da Coreia do Sul lidera ganhos, com alta de 2,78%, refletindo sinais de de-escalada na guerra comercial.
O dólar, que acumula queda de 0,23% na semana e 1,08% no mês, registra uma forte expectativa de estabilidade nesta semana, apoiada pelo cenário de incertezas globais e pela expectativa de novos movimentos de juros no país.
Confira as variações:
- Dólar: Acumulado semanal: -0,23%; mensal: +1,08%; no ano: -12,94%.
- Ibovespa: Acumulado semanal: +2,30%; mensal: +2,26%; no ano: +24,32%.
Segundo analistas, a expectativa de estabilização e o bom desempenho do mercado interno reforçam o cenário positivo, mesmo diante das incertezas internacionais. A atenção permanece voltada às decisões do Federal Reserve e ao avanço das discussões no Congresso brasileiro sobre o corte de gastos públicos.
Para acompanhar de perto as movimentações do mercado em tempo real, configure o seu aplicativo de notícias ou acesse o site do G1.


