A Polícia Federal (PF), em cooperação com a Interpol, realizou ontem a segunda fase da Operação Magna Fraus, que apura um grupo criminoso responsável por um dos maiores ataques cibernéticos ao sistema financeiro brasileiro. A ação revelou o desvio de mais de R$ 813 milhões de contas de reservas de bancos e instituições de pagamento, utilizados para transferências via Pix realizadas por clientes.
Atuação internacional e prisões realizadas
Segundo informações divulgadas pela PF, pelo menos 19 pessoas foram presas, sendo 12 no Brasil e sete no exterior, com operações nos países Espanha, Argentina e Portugal. No total, foram emitidos 42 mandados de busca e apreensão e 26 de prisão, abrangendo diferentes estados brasileiros, além de países na Europa e América do Sul.
Implicações e apreensões
As autoridades bloquearam bens e valores de até R$ 640 milhões e apreenderam veículos, joias, relógios de luxo, armas, munições e aproximadamente R$ 1 milhão em criptoativos. A PF destacou que as prisões internacionais ocorrem de forma simultânea, com suporte do Centro de Coordenação e Comando da Interpol, envolvendo equipes do Brasil, Espanha, Argentina e Portugal. “As prisões internacionais estão sendo executadas com apoio da Interpol”, afirmou a Polícia Federal em nota oficial.
Origem do ataque e movimentações dos criminosos
De acordo com investigações e informações da TV Globo, o ataque hacking foi lançado a partir de um quarto no hotel Royal Tulip, em Brasília, um dos mais caros da capital federal. A invasão dos sistemas ocorreu entre os dias 30 de junho e 1º de julho, período em que alguns criminosos fugiram do país, partindo para a Europa e Argentina, utilizando avião fretado.
A ação foi considerada pela Polícia Federal como o maior ataque hacker já registrado contra o sistema financeiro nacional. Apesar da gravidade, o Banco Central garantiu que o sistema Pix não foi invadido, e que os valores desviados não afetaram os clientes das instituições financeiras, apenas os bancos e instituições de pagamento envolvidos.
Funcionamento e lavagem do dinheiro
O grupo criminoso utilizou técnicas de invasão hackers para obter contas de pagamento e manipular transferências rápidas. Os valores desviados eram convertidos em criptoativos — que eram usados para transações diretas entre carteiras virtuais, sem registros ou controle — e posteriormente transformados em bens ou dinheiro, tanto no Brasil quanto no exterior.
Durante a primeira fase, realizada em julho, os agentes federais prenderam dois homens e apreenderam criptoativos equivalentes a cerca de R$ 5,5 milhões em Goiás e Pará. Desde o início das investigações, já foram bloqueados ativos financeiros e contas no valor de aproximadamente R$ 32 milhões.
Impacto e próximos passos
A operação da PF segue em andamento, com expectativa de desarticular por completo o grupo criminoso e reforçar a segurança do sistema financeiro nacional. A investigação aponta que integrantes da quadrilha possuem funções específicas relacionadas à invasão de sistemas, movimentação de valores e lavagem de dinheiro por meio de investimentos em criptoativos.
Mais detalhes sobre o caso e as ações futuras podem ser acessados no material completo na Globo.
 
 
 
 

