Brasil, 31 de outubro de 2025
BroadCast DO POVO. Serviço de notícias para veículos de comunicação com disponibilzação de conteúdo.
Publicidade
Publicidade

Congresso aprova reforma no setor elétrico com abertura de mercado até 2028

Medidas incluem livre escolha de fornecedores, teto para subsídios e novas regras para royalties, impactando consumidores e Petrobras

O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (29) uma reforma nas regras do setor elétrico, com a abertura do mercado para todos os consumidores até 2028. A medida provisória passou pela Comissão Mista e foi aprovada em votações rápidas na Câmara e no Senado, agora aguardando sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Reforma do setor elétrico e livre mercado

A proposta cria condições para que consumidores residenciais, comerciais e industriais possam escolher seus fornecedores de energia, promovendo maior competitividade e potencial redução de custos. Segundo o texto, as novas regras entram em vigor após um período de implementação de 24 a 36 meses, dependendo do tipo de consumidor.

Benefícios e mudanças na geração distribuída

O projeto mantém a possibilidade de instalação de placas solares em telhados sem cobrança de taxa adicional para novos consumidores, após emenda aprovada na Câmara. Porém, uma proposta de cobrança de R$ 20 por cada 100 kWh para quem instalar sistemas de geração distribuída foi retirada por acordo político, visando facilitar a votação.

Regulação do mercado e subsídios

O texto estabelece um teto para o crescimento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) a partir de 2027. Este fundo, que reúne benefícios para o setor e é custeado pelos consumidores na conta de luz, atingirá R$ 50 bilhões em 2025. Além disso, há limites para despesas ligadas à tarifa social e o programa Luz para Todos.

Impacto no setor de energias renováveis

Uma das mudanças inclui a contratação de reserva de capacidade para usinas de fontes intermitentes, como solar e eólica, que terão que operar até 2040. Também foi aprovado um mecanismo de ressarcimento para usinas eólicas e solares pelo chamado curtailment, que ocorre quando há cortes na produção devido ao excesso de oferta no sistema.

Novas regras para petróleo e royalties

O projeto altera a fórmula de cálculo do preço de referência do petróleo produzido no Brasil, passando a seguir cotações internacionais como Brent e WTI. Essa mudança deve incrementar a arrecadação sobre o produto em R$ 83 bilhões na próxima década, segundo a RefinaBrasil.

O novo método pode impactar os lucros da Petrobras, com aumento obrigatório de royalties. Senador Izalci Lucas (PL-DF) alertou que a possibilidade de veto ao trecho sobre petróleo poderia beneficiar o setor e o Brasil, enquanto o Instituto Brasileiro de Petróleo expressou preocupação com a medida.

Desafios e críticas

O relator da proposta, senador Eduardo Braga (MDB-AM), criticou a inclusão de obrigações adicionais às usinas de geração, especialmente a contratação de reserva obrigatória mesmo sem fornecimento de gás natural, além da retirada de uma taxa de R$ 20 por 100 kWh em geração distribuída, decisão tomada após reuniões e negociações no Congresso.

A oposição criticou a medida por beneficiar grandes geradores, enquanto o setor privado teme que as mudanças possam diminuir a capacidade de investimento e gerar insegurança jurídica, sobretudo em relação às mudanças nas regras do petróleo.

Perspectivas futuras

Com a aprovação, a reforma busca estimular maior competição, renováveis e a segurança energética, mas também traz desafios regulatórios e possíveis impactos econômicos. A expectativa é de que as mudanças contribuam para uma matriz energética mais diversificada e moderna, além de aumentar a arrecadação para o governo.

O texto ainda pode sofrer vetos parciais por parte do presidente Lula, especialmente na questão do petróleo, onde há resistência de setores ligados à Petrobras. A implementação das novas regras dependerá de futuras decisões e do calendário de adaptação previsto no projeto.

Para mais detalhes, acesse o Fonte: Globo.com.

PUBLICIDADE

Institucional

Anunciantes