O mercado de trabalho brasileiro apresentou sinais de desaceleração em setembro de 2025, apesar de registrar a criação de 1,716 milhão de vínculos formais no acumulado do ano, aumento de 3,6% em relação ao mesmo período de 2024, elevando o total para 48.912.343 empregos com carteira assinada, conforme dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Sinais de acomodação na contratação
Embora o resultado de setembro tenha surpreendido positivamente, com um desempenho melhor que o esperado, especialistas apontam que o mercado de trabalho indica uma tendência de estabilidade e desaceleração. Segundo André Valério, economista sênior do Inter, o dado reforça a percepção de que o ritmo de contratações melhorou pontualmente, mas sem indicar uma mudança relevante na tendência geral. “Seguimos sem movimentos relevantes no número de demissões, o que sugere uma acomodação na margem”, afirma.
Análise por setores econômicos
Antonio Ricciardi, economista do Banco Daycoval, destaca que setores como agropecuária e construção civil tiveram bom desempenho em setembro, impulsionados por motivos específicos, como a safra recorde de milho na agroindústria. No entanto, indústria, comércio e serviços apresentaram queda na criação de vagas em comparação ao mesmo mês do ano passado, com destaque para a indústria, que registrou uma redução de quase 30% nos postos de trabalho gerados.
Segmentos com desempenho distinto
A agropecuária e a construção apresentaram resultados positivos, reforçados pelo setor agrícola, que se beneficiou do bom desempenho da safra de milho. Entretanto, setores mais sensíveis à atividade econômica, como indústria e comércio, apontaram sinais de desaceleração na geração de empregos, refletindo um quadro de transição econômica para o mercado de trabalho.
Contexto econômico atual
De acordo com especialistas, o desempenho do mês foi parcialmente impulsionado por segmentos específicos, sem indicar uma retomada consistente. “O resultado reforça que a economia mostra sinais de desaceleração, mesmo com um mercado de trabalho ainda robusto e com a taxa de desocupação em mínimas históricas”, explica Ricciardi. Expectativas apontam para a continuidade dessa acomodação nas próximas análises, diante de fatores externos e internos que influenciam o ritmo de contratação.
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