Brasil, 30 de outubro de 2025
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Lucro do Mercado Livre fica abaixo das expectativas no terceiro trimestre

Apesar do aumento na receita, a lucratividade do Mercado Livre no terceiro trimestre ficou aquém das projeções, devido à expansão dos gastos

O Mercado Livre divulgou nesta semana resultados financeiros do terceiro trimestre de 2025 que viram sua receita crescer 39% em relação ao ano anterior, atingindo US$ 7,4 bilhões, superando as estimativas dos analistas. No entanto, o lucro líquido ficou abaixo das projeções, encerrando o período em US$ 421 milhões contra a expectativa de US$ 489 milhões, conforme dados da Bloomberg.

Desempenho financeiro e desafios de rentabilidade

Segundo a companhia, o crescimento da receita reflete a expansão das políticas de frete grátis no Brasil e o aumento na oferta de cartões de crédito. A plataforma registrou quase 77 milhões de compradores únicos, um avanço de 26% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Ainda assim, o lucro líquido ficou 14% abaixo das projeções, marcando o segundo trimestre consecutivo de resultados abaixo das expectativas dos analistas.

Investimentos e estratégia de crescimento

O grupo reforçou que investe em frete grátis para ampliar a base de clientes, o que, apesar de pressionar as margens de lucro no curto prazo, deve impulsionar o crescimento futuro. “Ao reduzir o valor mínimo para frete grátis, conquistamos muitos novos usuários e aumentamos significativamente o volume de vendas online”, afirmou Martin de los Santos, diretor financeiro da empresa.

Além dos investimentos em logística, o Mercado Livre tem reforçado seu ecossistema, integrando comércio eletrônico com a fintech Mercado Pago, que processou mais de US$ 71 bilhões em pagamentos, um aumento de 41%. A carteira de crédito disparou 83%, chegando a US$ 11 bilhões, após o lançamento do cartão de crédito Mercado Pago na Argentina, que se tornou o mais utilizado no Brasil.

Competição e desafios futuros

Apesar dos bons resultados, a companhia enfrenta competição crescente de players internacionais como Shopee, Amazon e Temu, que vêm ganhando espaço no Brasil, maior mercado da empresa. Para defender sua participação, o Mercado Livre reduziu o valor mínimo para frete grátis no país de R$ 79 para R$ 19, o que aumentou o volume de vendas e atraiu novos compradores, porém afetou suas margens.

De los Santos destacou que “o efeito líquido foi uma leve queda na margem de lucro operacional, uma troca racional por investimentos que expandem os mercados potenciais e fortalecem a posição competitiva da empresa”. A estratégia de investimentos em tecnologia, como inteligência artificial para busca, análise de crédito e logística, também visa melhorar a rentabilidade no médio prazo.

Mudanças na liderança e perspectivas para o próximo ano

A divulgação dos resultados ocorreu antes da mudança na liderança da companhia, com a saída do CEO Ariel Szarfsztejn, que assumirá o cargo em 1º de janeiro de 2026. Ele sucederá Marcos Galperin, fundador da empresa, que se afastará do cargo para atuar como chairman executivo, mantendo sua participação na definição de estratégias.

Analistas apontam que a transição deve representar mais uma continuidade do modelo de gestão do que uma mudança radical, com foco em controles de custos mais rígidos e aumento da eficiência operacional. “Teremos o melhor dos dois mundos”, afirmou de los Santos, reforçando a estratégia de manter o ritmo de crescimento ao mesmo tempo em que fortalece a gestão de custos.

Este cenário de expansão, mesmo com margens pressionadas, mostra o esforço do Mercado Livre de consolidar sua liderança na América Latina diante de uma concorrência cada vez mais agressiva, ao mesmo tempo em que tenta manter sua rentabilidade sustentável a longo prazo.

Fonte: O Globo

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