Nos primeiros sete meses de 2025, o Portal da Queixa registrou um aumento de 18% nas reclamações contra a AIMA, sucessora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), sendo que a maioria das demandas vem de brasileiros. A agência herdou cerca de 400 mil processos e prometeu zerar a fila até o fim de 2025, mas enfrenta críticas crescentes por atendimento precário e longas filas.
Crise no atendimento e impacto na vida dos imigrantes
De acordo com relatos, os imigrantes passam noites na rua em busca de senha na AIMA, enfrentando um atendimento considerado arcaico e sem dignidade em plena era digital. “Desde o primeiro dia, a AIMA mantém um histórico de dificuldades, prejudicando quem vive no país”, afirma uma brasileira que vive em Portugal.
Casos de brasileiros prejudicados pela lentidão
Nanci Araújo, que se casou com um português há cinco meses, tenta há meses fazer o reagrupamento familiar previsto na lei, enfrentando uma burocracia que a impede de regularizar sua situação. “Pediram que eu ligasse e enviasse e-mail para agendamento, mas nunca obtive resposta”, relata ela. A falta de resposta tem prejudicado sua rotina, impedindo-a de trabalhar e abrir conta bancária.
Outro caso é o do carioca Guilherme Mayerhofer, que aguardou três anos por uma autorização de residência. Durante esse período, ele perdeu oportunidades de trabalho e recebeu ameaças da polícia, além de não conseguir obter o cartão de cidadão devido à burocracia excessiva.
Percepção de intenções do governo e críticas ao processo
O presidente da Associação Solidariedade Imigrante, Timóteo Macedo, afirmou que o objetivo do governo seria cansar os imigrantes. “O governo não quer que a AIMA funcione e colocou pessoas à frente que impedem que tudo funcione”, disse em entrevista à agência “Lusa”.
A situação tem gerado enorme insatisfação entre os brasileiros, que reclamam da ausência de respostas concretas, atrasos e dificuldades para agendar serviços essenciais, como vistos e autorizações de residência.
Perspectivas futuras e ausência de respostas
A AIMA, procurada para comentar as críticas, não respondeu até o momento. Especialistas e líderes da comunidade brasileira em Portugal avaliam que a intenção do governo português parece ser cansar os imigrantes, dificultando a regularização e o acesso a direitos básicos.
O caos na agência de imigração permanece como uma grande preocupação, prejudicando não só a rotina dos imigrantes, mas também sua dignidade e integração no país. Segundo fontes, a expectativa é de que melhorias só ocorram com mudanças estruturais no atendimento e na gestão da agência, o que ainda não se confirmou.
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