Brasil, 30 de outubro de 2025
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Falso médico vai a júri por homicídio em Sorocaba

Fernando Dardis é acusado de matar paciente cardíaca em 2011; julgamento acontece nesta quinta-feira (30).

O desdobrar de um caso que choca e levanta questões sobre a atuação irregular na área da saúde chega ao seu ponto culminante nesta quinta-feira (30). O falso médico Fernando Henrique Dardis, que se apresentava como “doutor Ariosvaldo”, será julgado por homicídio em Sorocaba, interior de São Paulo. Ele é acusador da morte de Helena Rodrigues, uma paciente cardíaca que procurou atendimento com sintomas de infarto em 2011, mas acabou diagnosticada com dor lombar.

O trágico desenrolar da história

Helena buscou ajuda no hospital, onde foi atendida por Dardis. Prescrevendo medicamentos para dor, o falso médico deixou a mulher sob sua responsabilidade. No dia seguinte ao atendimento, ela sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu em casa. A descoberta da farsa de Dardis se deu anos depois, quando a polícia investigou seu envolvimento na morte de Helena e concluiu que ele deveria ser responsabilizado pela sua morte.

Um julgamento carregado de mentiras

Após ser considerado culpado pela morte de Helena, Dardis foi além e alegou ter forjado a própria morte em 2025, inventando uma nova mentira para escapar da Justiça. Uma nova prova de sua farsa fez com que o julgamento fosse retomado, e o tribunal agora avalia seu papel na morte da paciente. O crime pelo qual Dardis está sendo acusado é homicídio por dolo eventual, onde ele assumiu o risco de matar, uma acusação grave que pode resultar em uma pena de 12 a 30 anos de prisão.

Fernando Dardis, atualmente com 39 anos, era conhecido por usar um nome e CRM de um médico verdadeiro, realizando atendimentos em condições irregulares. Durante o período em que atuou, ele chegou a assinar mais de 200 declarações de óbito, embora não tenha sido culpado por todas as mortes. Além disso, o Conselho Regional de Medicina (Cremesp) está investigando seu caso, dada a gravidade das ações de Dardis.

Fraudes e a trama que envolve o caso

O falso médico já tinha antecedentes criminais, tendo sido condenado em 2012 por falsidade ideológica. Antes de entrar na medicina, ele estudou até o sétimo semestre do curso, mas abandonou os estudos sem concluir. A polícia apurou que ele utilizou documentos de um profissional de saúde legítimo, sendo isso um agravante em sua situação. Dardis pegou a foto do verdadeiro médico e falsificou documentos para dar credibilidade ao seu personagem.

As fraudes começaram a ser conhecidas após denúncias feitas por pacientes e familiares. O caso de Dardis é um lembrete alarmante sobre as consequências de agir fora da lei, especialmente no que diz respeito à saúde de outras pessoas.

Os passos da Justiça

O julgamento de hoje conta com a presença de sete jurados que decidirão sobre o destino de Dardis. Eles terão a tarefa de avaliar as provas e decidir se ele deve ser condenado ou absolvido pelo crime de homicídio. Caso seja condenado, a pena pode impactar significativamente sua vida, dado o peso da acusação e as evidências contra ele.

Num video gravado antes de sua prisão, Fernando tentou se justificar, afirmando que “está vivo” e agiu “em um momento de desespero”. Essas declarações estão sendo analisadas pela Justiça, que busca reavaliar toda a situação a partir de um retrato mais amplo do que realmente aconteceu durante o atendimento de Helena.

Embora o caso tenha gerado muitas opiniões divergentes, ele encerra um ciclo de lamentos e questões mal respondidas sobre vigilância na prática médica e responsabilidade dos profissionais da saúde.

A expectativa para o veredicto é grande, e a comunidade de Sorocaba observa atentamente, aguardando que a Justiça se cumpra. A sentença deverá ser divulgada após as deliberações dos jurados, fechando um capítulo sombrio na história da saúde em sua região e talvez premeditando modificações nas leis pertinentes à prática médica.

Em suma, o julgamento de Fernando Dardis não é apenas uma questão de culpabilidade; ele levanta uma discussão mais profunda sobre a segurança dos pacientes nos hospitais e a necessidade de manter uma vigilância contínua na área da saúde.

Assim, o episódio nos ensina que por trás de cada atendimento, podem estar histórias complexas e decisões que afetam vidas. Este caso precisa servir como um alerta na luta por justiça e direitos nos serviços de saúde, reforçando a importância de uma supervisão rígida e eficaz.

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