Terminada uma operação policial recorde na cidade do Rio de Janeiro, mais de 100 pessoas foram mortas e 81 suspeitos presos em uma ofensiva contra o “Comando Vermelho”, uma das maiores facções de tráfico de drogas do Brasil. O confronto ocorreu na terça-feira (29), durante uma ação que mobilizou cerca de 2.500 policiais e militares, inclusive com uso de drones e explosivos.
Operação histórica e tragédia humanitária
O combate, considerado o mais letal da história da polícia carioca, ocorreu nos bairros Complexo da Penha e Complexo do Alemão. Durante o confronto, aproximadamente 40 corpos foram encontrados nas ruas de Rio de Janeiro, enquanto as autoridades relataram a morte de 119 pessoas, incluindo suspeitos e civis. O impacto gerou críticas de grupos de direitos humanos que questionam a proporcionalidade e o uso da força na ação.
O grupo criminoso “Comando Vermelho”
O “Comando Vermelho”, fundado na década de 1970, é uma das maiores e mais antigas organizações de tráfico no Brasil. Sua influência se estende por várias regiões do Rio e do país, controlando rotas de drogas, armas e outras atividades ilícitas. A facção é conhecida por sua forte presença na periferia carioca e por sua resistência às forças de segurança.
Resposta do governo e críticas
Claudio Castro, governador do Rio, divulgou um vídeo nas redes sociais, chamando a operação de “momento histórico na luta contra o crime”. Contudo, muitas organizações humanitárias alegam que a quantidade de mortes evidencia uma política de segurança que pode estar acima dos direitos humanos. César Muñoz, diretor da Human Rights Watch no Brasil, afirmou que as ações violentas não aumentam a segurança pública e ressaltou a necessidade de investigação oficial para apurar as circunstâncias dos óbitos.
Desafios na luta contra as facções
Especialistas ressaltam que o fortalecimento de ações militares sem uma estratégia de inclusão social e prevenção do crime pode perpetuar o ciclo de violência na cidade. Enquanto o governo busca desmantelar o “Comando Vermelho”, a sociedade cobra por uma abordagem que respeite os direitos humanos e promova uma solução mais duradoura para a segurança do Rio.


