Brasil, 29 de outubro de 2025
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Cláudio Castro discorda de pedidos para uso da GLO no Rio

Governador do Rio critica recomendações para a Garantia da Lei e da Ordem após megaoperação que deixou 132 mortos.

O governador Cláudio Castro (PL) se manifestou com veemência nesta quarta-feira (29/10), durante uma coletiva de imprensa, mostrando sua clara discordância com aqueles que sugeriram que ele solicitasse a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para lidar com a segurança pública no Rio de Janeiro. A GLO, que permite o uso das Forças Armadas na manutenção da ordem, foi tema de discussões acaloradas após uma megaoperação que resultou em um impressionante número de 132 mortes.

A megaoperação contra o crime organizado

A operação, deflagrada na manhã da última terça-feira (28/10), tinha como objetivo desarticular as atividades do Comando Vermelho (CV), a principal facção do tráfico de drogas no estado. Dos 132 mortos, quatro eram policiais, e o governador afirmou que esses agentes foram vítimas de narcoterroristas durante a “Operação Contenção”, um dia que ele considera histórico no combate ao crime organizado.

  • Até agora, 132 vidas foram perdidas, sendo contabilizados quatro policiais entre as vítimas.
  • O governo do estado alega que a operação visa reduzir a estrutura do Comando Vermelho e apreender armamentos pesados.
  • A eficácia da operação tem sido corroborada pelo governador Castro, que declarou que provas foram coletadas e que a situação do Rio de Janeiro requer uma abordagem séria e eficaz.

Após a operação, Castro se voltou contra o governo federal, afirmando que o estado está “sozinho” na luta contra o crime organizado e enfatizando a necessidade de mais recursos e apoio material, em vez da GLO. Ele declarou: “Eu não tenho a menor condição e nem pretendo dizer ao governo federal qual é o instrumento que ele vai utilizar para ajudar o estado do Rio de Janeiro. Isso é um problema deles.”

Críticas e desabafos do governador

Castro chamou atenção para a necessidade de apoio em termos de recursos e ferramentas, afirmando que “não cabe ao governador pedir GLO”. Ele continua a argumentar que as autoridades devem buscar “ajuda, gente, recurso, maquinário”, sugerindo uma abordagem mais colaborativa e menos centrada em ações militares. A estratégia de segurança pública deve ser uma piada de Estado, e não uma ação isolada, segundo suas palavras.

A resposta do governo federal não tardou, com o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, assegurando que não houve nenhum pedido negado de apoio ao governador na área de segurança pública. Essa troca de acusações entre o governador e o governo federal ilustra a complexidade das relações em tempos de crise, onde as responsabilidades parecem diluídas.

Entendendo a GLO

A GLO, prevista na Constituição Federal (artigo 142) e pela Lei Complementar nº 97/99, é um mecanismo que permite o uso das Forças Armadas em situações de extrema necessidade, quando as forças de segurança locais são incapazes de manter a ordem. O presidente da República é o único com autoridade para decretar essa medida, definindo o alcance e a duração de sua aplicação.

A tensão em torno da GLO reflete um cenário delicado de segurança pública no Brasil. A situação no Rio de Janeiro é um exemplo do que ocorre em muitos estados onde o crime organizado é uma realidade predominante, e os desafios são multiplicados pela falta de coordenação entre os diferentes níveis de governo.

A resposta da sociedade

A população, diante de eventos tão trágicos, começa a questionar a eficácia das políticas de segurança implementadas. As mortes durante a megaoperação geraram um clamor por justiça e direitos humanos, expondo a fragilidade da abordagem atual. A precariedade e o sofrimento enfrentados por cidadãos nas comunidades mais afetadas pelo crime organizado requerem uma discussão abrangente sobre soluções sustentáveis e eficazes.

Com isso, o debate em torno da GLO e do uso das Forças Armadas na segurança pública deve ser trazido à tona, não apenas para evitar tragédias futuras, mas também para encontrar caminhos que priorizem a preservação da vida e da dignidade humana. O saldo da megaoperação e os desdobramentos das críticas ao governo federal são um alerta para a necessidade urgente de diálogo e colaboração entre os diferentes níveis de governo na busca por soluções reais e consistentes.

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