Brasil, 29 de outubro de 2025
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CEO da Kodak tenta reerguer ícone da fotografia na crise

James Continenza lidera a recuperação da Kodak, que busca voltar a seu auge após a crise e a dívida que ameaçam sua longevidade

Desde que a Kodak pediu falência em 2013, o executivo James Continenza, de 63 anos, assumiu a presidência da empresa com a missão de revitalizar uma das marcas mais emblemáticas da história da fotografia, que perdeu espaço com a popularização da digitalização. Com uma trajetória marcada por reestruturações, ele trabalha para colocar a Kodak nos trilhos novamente.

Novos rumos na gestão da Kodak

Continenza, de origem ítalo-americana, costuma visitar pessoalmente as fábricas da Kodak, que atualmente empregam cerca de 4 mil pessoas, segundo o Financial Times. Em entrevista ao jornal britânico, afirmou que, durante suas visitas, encontra funcionários felizes e engajados, algo que considera essencial para a recuperação da companhia.

Desde sua entrada na Kodak em 2013, a gestão de Continenza se dedica a simplificar a estrutura burocrática da empresa, que antes tinha uma hierarquia extensa e decisões lentas. “Levava dias para marcar uma reunião e semanas para obter informações básicas. Era como dirigir um carro vendado”, comparou.

Desafios históricos e inovação

A trajetória da Kodak começou em 1879, com George Eastman e sua patente para uma máquina de revestimento de chapas. Durante o século XX, a marca dominou o mercado de filmes e câmeras analógicas, tornando-se símbolo da era pré-digital. O lançamento da câmera barata Kodak Instamatic em 1963 também contribuiu para a democratização da fotografia.

No entanto, a inovação da própria empresa resultou no início do declínio: em 1975, Steven Sasson inventou a primeira câmera digital. Apesar disso, a Kodak demorou a apostar nesse avanço, e as vendas despencaram nos anos seguintes, levando a uma crise profunda que culminou na falência em 2012, com dívidas de cerca de US$ 6,75 bilhões.

Busca por novas alternativas e resistência às dívidas

Desde 2020, a Kodak tenta diversificar suas atividades, passando a produzir insumos farmacêuticos a pedido do governo dos EUA, além de manter sua fabricação de filmes para cinema, produtos químicos industriais e licenciar sua marca. Contudo, o peso das dívidas permanece como um grande obstáculo, e a companhia revelou, em junho, dificuldade de quitar cerca de US$ 500 milhões (R$ 2,7 bilhões).

O relatório financeiro do segundo trimestre deste ano mostrou prejuízo de US$ 26 milhões e uma redução de 1% na receita em relação ao mesmo período de 2024, levantando dúvidas sobre a sustentabilidade das operações a longo prazo.

Plano de recuperação e futuro

Continenza lidera o processo de redução de custos, incluindo o encerramento de um antigo plano de previdência privada que tinha superávit, com parte dos recursos sendo usados para pagar dívidas. A expectativa é concluir essa “reversão da previdência” até o próximo ano, com alternativas de financiamento caso o cronograma atrase, estimando-se cerca de dois anos para atingir a totalidade do plano de recuperação.

Atualmente, a Kodak aposta em três frentes principais: impressão comercial, materiais e produtos químicos avançados — como revestimentos para baterias e antenas — e a área farmacêutica, com produção de reagentes aprovados pela FDA, agência reguladora dos EUA. Além disso, mantém a produção de filmes analógicos, que vêm ganhando destaque entre fotógrafos e cineastas, e licencia sua marca para diferentes produtos de consumo.

Continenza afirmou que cerca de 90% da reestruturação já foi concluída e que, ao final, deixará a presidência. “Quando terminar, vou sair, e outra pessoa levará a Kodak para o próximo capítulo”, declarou ao Financial Times.

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