Uma massiva operação policial realizada na terça-feira em Rio de Janeiro resultou na morte de pelo menos 64 pessoas, disseram autoridades de segurança à CNN Brasil. Este evento trágico ocorreu em meio a um combate declarado ao crime organizado no Brasil, e entre os falecidos, estão quatro policiais. O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, descreveu a operação como “a maior da história do Rio de Janeiro” durante uma coletiva de imprensa.
A operação e suas consequências
Castro informou que a operação teve como alvo o grupo criminoso Comando Vermelho, o mais antigo do Brasil, que tem raízes na militância política durante a ditadura militar. As forças policiais apreenderam uma “grande quantidade de drogas”, além de pelo menos 42 rifles durante a ação, segundo os relatos oficiais. A operação foi planejada por mais de um ano e contou com a participação de mais de 2.500 policiais militares e civis, mostrando a magnitude da mobilização contra o crime urbano.
No entanto, a operação se tornou motivo de controvérsia e horror, com centenas de pessoas afetadas e uma resposta violenta dos criminosos. Imagens publicadas por meios de comunicação mostraram colunas enormes de fumaça negra saindo da favela do Alemão, enquanto fotografias do local revelavam carros queimados usados como barricadas. O uso de drones pelos membros da gangue para atacar os policiais durante a operação também foi destacado, levando a um aumento na tensão e no conflito.
Crítica à operação e ações do governo
Além disso, o Departamento de Estado dos EUA alertou os visitantes para que evitassem a zona norte do Rio, devido aos conflitos em andamento. Durante uma coletiva, o governador Castro pediu que os residentes das áreas afetadas ficassem em casa durante a operação, ressaltando a gravidade da situação. Sua declaração de que “não se trata mais de crime comum, mas de narco-terrorismo” reflete uma tentativa de descrever a complexidade da guerra contra o crime organizado na cidade.
Embora a operação tenha sido planejada com o intuito de reverter o crescimento do crime organizado, os efeitos colaterais foram devastadores. O Instituto Fogo Cruzado, dedicado ao monitoramento da violência armada no Brasil, relatou que mais da metade dos feridos por armas de fogo em setembro de 2025 foram resultado de operações policiais, colocando em questão as táticas utilizadas pelas autoridades.
A resposta internacional não se fez esperar. O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou seu horror com a magnitude e os resultados da operação, enfatizando que ela perpetua uma tendência preocupante de consequências letais extremas em comunidades marginalizadas no Brasil. O escritório reiterou a necessidade de que as investigações sejam realizadas de maneira eficiente e urgente, lembrando as obrigações das autoridades sob a lei de direitos humanos internacional.
Histórico de operações policiais no Brasil
Esta não é a primeira operação desse tipo na favela do Alemão. Em janeiro deste ano, uma operação semelhante resultou em cinco mortes e barricadas semelhantes de carros queimados. O aumento da violência em operações policiais em áreas urbanas tem atraído críticas generalizadas de defensores de direitos civis, especialmente após eventos anteriores, como o massacre em Jacarezinho, onde 25 pessoas perderam a vida, levando o Supremo Tribunal a impor restrições severas a ações policiais em favelas. Críticos argumentam que esse tipo de abordagem não resolve os problemas subjacentes da criminalidade e pode exacerbar a violência contra civis.
Com o Brasil se preparando para sediar a C40 World Mayors Summit na próxima semana, muitos questionam se a escalada de violência e as operações policiais intensas são um reflexo da necessidade de garantir a segurança durante eventos internacionais, ou se são o resultado de políticas malsucedidas que priorizam a força sobre a solução de problemas sociais e econômicos que alimentam o crime. Como esseoo incidente se desenrola, ele levanta questões importantes sobre a abordagem do Brasil em relação ao crime organizado e à segurança pública.
Esta é uma história em desenvolvimento e será atualizada.


