Nesta segunda-feira (27), em encontro na Malásia, o presidente Lula e o ex-presidente Donald Trump deram sinal verde para iniciar negociações sobre tarifas bilaterais entre Brasil e Estados Unidos. O governo brasileiro pretende começar os tratativos já na próxima semana, em Washington, com uma comitiva formada por Fernando Haddad, Geraldo Alckmin e Mauro Vieira.
Agenda de negociações e expectativas
Apesar de não haver garantia de um acordo imediato, Lula e Trump discutiram a possibilidade de suspender a sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA, uma demanda do Brasil que visa aliviar o impacto dos tarifões. Segundo assessores do Planalto, a intenção é que a suspensão seja vista como um “gesto de boa vontade” dos americanos, ainda que o cronograma para a resolução não esteja definido.
Reunião e clima nos detalhes
A reunião, que durou aproximadamente uma hora na manhã desta segunda-feira na Malásia (noite de domingo no Brasil), contou com a participação do chanceler Mauro Vieira, do secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Márcio Elias Rosa, e do assessor internacional da Presidência, Audo Faleiro. Os negociadores brasileiros enfatizaram que o foco imediato é a suspensão do tarifaço, enquanto discussões sobre sanções, como a que atingiu o ministro Alexandre de Moraes, também fazem parte das expectativas.
Reações e declarações de Trump
Donald Trump, que completou 79 anos nesta segunda-feira, comentou sobre Lula, destacando seu vigor. Ele afirmou: “Não sei se algo vai acontecer, vamos ver. Eles gostariam de fechar um acordo. Vamos ver, agora eles estão pagando, acho que 50% de tarifa. Mas tivemos uma ótima reunião. Quero desejar feliz aniversário ao presidente, ele é um cara muito vigoroso, impressionante.”
O comentário de Trump chamou atenção, uma vez que ele tem exatamente 79 anos, um a menos que Lula, que celebra 80 anos nesta segunda-feira. Em seu discurso, Trump também destacou que a reunião foi positiva e que há interesse de ambos os lados na aproximação comercial.
Perspectivas e próximos passos
Apesar do otimismo do lado brasileiro, não há ainda um cronograma definido para a conclusão dos entendimentos. Trump, que também participará da reunião da cúpula da APEC em Seul nos próximos dias, afirmou que seus assessores acompanharão as próximas etapas, em um momento em que a Casa Branca prioriza negociações com a China.
Especialistas apontam que a reabertura das negociações representa uma oportunidade de reduzir tensões e retomar uma agenda mais favorável ao comércio bilateral. Enquanto isso, o Brasil trabalha para que o acordo avance, incluindo a demanda pelo cancelamento de sanções contra autoridades brasileiras, como o ministro Alexandre de Moraes.
Embora as negociações estejam em fase inicial, a expectativa é de que, com o apoio dos presidentes Lula e Trump, avanços possam ocorrer em questão de semanas, ajudando a normalizar as relações comerciais entre os dois países.
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