Goiânia – A tensão entre as forças de segurança de Goiás ganhou destaque na última terça-feira (21/10), quando o delegado da Polícia Civil, Carlos Alfama, e o coronel da Polícia Militar, Edson Raiado, foram afastados de suas funções. Essa decisão ocorreu após uma troca pública de ofensas nas redes sociais, que repercutiu em todo o estado e levantou questionamentos sobre a relação entre as duas instituições.
Motivos do afastamento
Os episódios das redes sociais deram início a um impasse que culminou na intervenção da Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO). As acusações começaram na última sexta-feira (17/10), quando o coronel Raiado divulgou um vídeo criticando a atuação do delegado em investigações envolvendo policiais militares. Em seu discurso, ele não poupou palavras, chamando Alfama de “puritano hipócrita” e denunciando sua “vaidade travestida de justiça”.
Diante das declarações, Alfama respondeu em outro vídeo, rebatendo as ofensas e acusando o coronel de ultrapassar limites ao vazar informações de investigações em andamento. Nesse momento, a disputa de palavras acentuou ainda mais os ânimos, levando a SSP-GO a intervir e promover a saída temporária dos envolvidos.
Transferências e funções futuras
Com as transferências, o delegado Alfama deixa a Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), onde atuou por quatro anos, e agora faz parte da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc). Por sua vez, o coronel Raiado foi deslocado do Comando de Policiamento Rodoviário para a Oitava Sessão do Estado-Maior Estratégico da PM (PM8), um setor que lida com a parte administrativa e financeira da corporação.
As mudanças foram anunciadas em uma nota conjunta pela SSP-GO, confirmando que ambos os oficiais estarão à disposição das corregedorias para investigações sobre suas condutas. O comunicado enfatiza que a medida visa preservar a integração entre as forças de segurança e garantir a efetividade de ações contra a criminalidade no estado.
Impacto na segurança pública em Goiás
O incidente trouxe à tona preocupações sobre as relações internas entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, refletindo em como esses conflitos podem impactar o combate ao crime em Goiás. Além de ser uma questão administrativa, o caso revela tensões que podem comprometer a colaboração entre as instituições responsáveis pela segurança pública.
O objetivo declarado da SSP-GO é restaurar a harmonia entre as forças policiais, evitando que desavenças pessoais interfiram na segurança da população. A ideia é assegurar que todos os esforços sejam direcionados para o combate à criminalidade, um dos grandes desafios enfrentados atualmente em Goiás.
Expectativas futuras
Com as transferências, a expectativa agora é que tanto o delegado quanto o coronel possam desempenhar suas novas funções sem mais conflitos. As corregedorias da PM e da Polícia Civil continuarão a analisar o caso, podendo haver repercussões adicionais dependendo da apuração das condutas dos envolvidos.
Esse caso serve como um alerta sobre a importância do respeito e da civilidade nas interações entre os membros das forças de segurança. As ações dos agentes públicos podem influenciar não apenas suas carreiras, mas também a segurança de toda a sociedade, exigindo uma postura profissional e colaborativa.
O que se espera é que essa situação possa ser usada como um aprendizado para todos os envolvidos, reforçando a necessidade de diálogo e entendimento mútuo nas esferas de segurança pública em Goiás.
