Brasil, 22 de outubro de 2025
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Dom Caccia alerta sobre o uso de inteligência artificial em sistemas nucleares

O arcebispo Gabriele Caccia pediu maior controle sobre armas nucleares e advertiu sobre os riscos da inteligência artificial em seu discurso na ONU.

Em uma importante intervenção na Assembleia Geral das Nações Unidas, o arcebispo Gabriele Caccia, observador permanente da Santa Sé na ONU, fez um apelo contundente para a comunidade internacional em relação ao uso de inteligência artificial em sistemas de comando e controle nuclear. Dom Caccia afirmou que essa tecnologia pode introduzir um “nível de incerteza sem precedentes”, colocando em risco a segurança global.

A crescente ameaça das armas nucleares

O arcebispo expressou suas preocupações durante seu discurso na primeira comissão da 80ª sessão da Assembleia Geral, que focou especificamente nas questões relacionadas às armas nucleares. Ele lembrou o 80º aniversário do primeiro teste nuclear realizado no Novo México, e das trágicas consequências dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki. “Esses eventos históricos são um forte lembrete do potencial catastrófico que as armas nucleares têm e da responsabilidade compartilhada de garantir que tragédias desse tipo não voltem a acontecer”, afirmou Caccia.

Dom Caccia sublinhou que as armas nucleares representam uma das maiores ameaças à paz e segurança internacionais e alertou que a expansão dos arsenais nucleares não pode ser justificada pela lógica de dissuasão, que, segundo ele, “moralmente é indefensável e estrategicamente insustentável”. Ele enfatizou que a paz não pode ser construída sobre a ameaça de destruição total e que a segurança internacional está em constante risco devido a essa lógica frágil.

O papel da inteligência artificial

No contexto atual, a preocupação com a integração da inteligência artificial em sistemas nucleares se torna ainda mais alarmante. O arcebispo destacou que essa tecnologia pode acelerar o processo de tomada de decisão, além de diminuir o controle humano e aumentar as chances de erros de cálculo. Ele ressaltou que a utilização de IA em cenários tão críticos pode levar a consequências devastadoras e imprudentes.

“Precisamos ter cuidado com essa tecnologia que, em vez de garantir segurança, pode criar uma nova onda de incerteza e medo no cenário internacional”, declarou Caccia. Ele pediu que a comunidade internacional se unisse em um esforço para regular essas inovações, garantindo que a segurança humana permaneça sempre em primeiro plano.

Um apelo à desarmamento nuclear

O arcebispo reiterou a postura da Santa Sé a favor do desarmamento nuclear, afirmando que controlar, limitar, reduzir e, ultimamente, eliminar as armas nucleares é não apenas possível, mas um imperativo moral. Ele convocou os Estados a respeitarem as obrigações do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP) e a promoverem negociações sérias para a eliminação de seus arsenais nucleares.

Caccia também encorajou a adesão ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN) e a promoção de mecanismos robustos de verificação na área nuclear. “A verdadeira segurança reside na proteção da vida, na promoção da justiça e na promoção da paz, não em armas ou arsenais”, enfatizou o arcebispo, denunciando a utilização de recursos financeiros em armamentos enquanto milhões ainda sofrem com a pobreza e a desigualdade.

A construção de um futuro seguro

Em seu discurso, dom Caccia convidou nações e cidadãos a se comprometerem com uma visão de segurança centrada no ser humano, fundamentada no diálogo, na fraternidade e no respeito pela dignidade intrínseca de cada indivíduo. “Devemos trabalhar juntos para garantir que o passado não se repita, e que a segurança verdadeira e duradoura seja alcançada através da promoção da vida e da paz”, concluiu.

O discurso de dom Gabriele Caccia na ONU se destaca em um momento crucial, quando as questões de segurança e tecnologia se entrelaçam, demandando uma reflexão profunda sobre o futuro da humanidade.

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