Um grupo que reúne figuras públicas de destaque, incluindo o príncipe Harry, Meghan Markle, Steve Wozniak e ganhadores do Prêmio Nobel, defende a proibição do desenvolvimento de superinteligência artificial, também chamada de IA geral. A solicitação foi feita em uma declaração organizada pelo Future of Life Institute, publicada nesta semana, até que haja consenso científico sobre sua segurança.
Por que os especialistas querem interromper a IA superinteligente
A declaração alerta para os perigos que a superinteligência pode representar à humanidade, especialmente por sua capacidade de superar o intelecto humano de forma descontrolada. Segundo os signatários, a IA avançada poderia transformar-se em uma ameaça se não for cuidadosamente regulamentada, gerando preocupações de que ela possa agir de forma autônoma e imprevisível.
Quem assinou o manifesto
Mais de 800 personalidades assinaram o documento, entre elas o ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden, o cofundador da Apple Steve Wozniak, o economista Daron Acemoglu, o ex-conselheiro de Segurança Nacional Susan Rice, além de artistas como Will.i.am. O grupo reúne cientistas, líderes militares e figuras do mundo da cultura, numa tentativa de ampliar o debate sobre os riscos e as regulações necessárias.
Contexto e preocupações globais sobre a inteligência artificial
Apesar de várias declarações anteriores pedirem um desenvolvimento mais cauteloso da IA, esta é uma das primeiras iniciativas a envolver nomes tão diversos e a abordar a questão da superinteligência com tanta abrangência. O professor Max Tegmark, do MIT e presidente do Future of Life Institute, destacou que a preocupação com a IA ultrapassou o círculo técnico e agora envolve atores de diferentes áreas, refletindo uma preocupação universal com o futuro.
Reações e debates no setor de tecnologia
Empresas como OpenAI, Google e Meta continuam investindo bilhões de dólares na criação de novos modelos de IA e de data centers que os suportam, ampliando o impacto da tecnologia na economia e na cultura. No entanto, há um crescente movimento por regulamentações mais rígidas, apoiado por pesquisas que mostram que a maior parte da população deseja regras mais severas para a IA avançada. Segundo estudo da Gallup, 88% dos democratas e 79% dos republicanos apoiam alguma forma de supervisão.
Desafios políticos e o futuro do controle da IA
Enquanto alguns setores e líderes políticos defendem a desaceleração do desenvolvimento, outros consideram as restrições excessivas prejudiciais ao avanço tecnológico. Tegmark afirmou estar em contato com figuras como David Sacks, que, embora ainda não tenha assinado o manifesto, compartilha do interesse em pesquisas seguras e controladas. O debate sobre o futuro da inteligência artificial promete continuar acalorado à medida que as tecnologias evoluem rapidamente.
Para entender melhor os riscos associados à IA superinteligente, confira a reportagem sobre o crescimento das preocupações globais com uma bolha de inteligência artificial de trilhões de dólares.
Fonte: O Globo