Brasil, 22 de outubro de 2025
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Estudo revela como homens publicamente exibem sua capacidade de luta através da forma de andar

Nova pesquisa mostra que a postura e o movimento da caminhada influenciam a percepção de dominância masculina.

NEWCASTLE, Inglaterra — Em bares lotados, ruas escuras ou através de um estacionamento, as pessoas tendem a fazer julgamentos rápidos sobre quem pode representar uma ameaça. Pesquisadores da Universidade de Northumbria trouxeram à luz um aspecto inesperado dessa dinâmica: a maneira como os homens andam pode complementar a avaliação sobre sua força física e a habilidade de lutar. Um novo estudo sugere que as pistas de movimento podem ser rapidamente processadas pelo cérebro humano, mesmo com informações visuais limitadas.

O impacto da caminhada na percepção de dominância

A pesquisa envolveu 52 homens gravando suas caminhadas de forma natural, com uso de tecnologia de captura de movimento em 3D. Em seguida, 137 pessoas foram convidadas a classificar cada caminhante em termos de dominância física, baseando-se exclusivamente em sua forma de andar. Investigações anteriores destacaram a estatura e a massa muscular como componentes principais na avaliação do potencial de combate, mas este estudo revelou que dois padrões de movimento se destacam: a oscilação do torso de lado a lado e a posição das ombreiras afastadas do tórax.

Os participantes que apresentaram mais oscilação e ombros mais abertos foram considerados significativamente mais dominantes, mesmo quando somente suas formas de caminhar eram visíveis. Isso implica que, seja uma imagem estática ou um vídeo dinâmico, características como a caminhada podem informar os outros sobre a capacidade de um homem em conflitos físicos, além de sua aparência física. “Dominância física” aqui se refere à aptidão para vencer lutas, uma característica que moldou a evolução humana através da competição entre homens.

Como a percepção de ameaça é processada pelo cérebro

A competição masculina ao longo da história gerou traços dimórficos sexualmente, como crânios mais robustos e um maior volume de músculos nos membros superiores. Essas características são fundamentais tanto para infligir danos quanto para se proteger deles. Contudo, a pesquisa também aponta que as habilidades cognitivas sociais desempenham um papel importante na avaliação do risco. Discriminar se participar de um conflito violento pode acarretar sérios riscos é um aspecto crucial. Assim, desenvolver um entendimento sutil sobre a capacidade de lutar se torna vital.

Estudos anteriores mostraram que tanto homens quanto mulheres de amostras culturalmente diversas fazem julgamentos semelhantes ao identificar homens fisicamente dominantes a partir de fotos. O tamanho do corpo emergiu como um determinante-chave. Entretanto, a nova pesquisa indica que o movimento, a oscilação e outros padrões dinâmicos oferecem dados valiosos que podem ser processados quase automaticamente pelo cérebro.

Padrões de caminhada que influenciam a visão de dominância

A equipe de pesquisa da Northumbria utilizou um sistema Vicon com 14 câmeras para capturar as caminhadas naturais dos participantes. As filmagens foram feitas em um caminho de oito metros, com marcações refletoras que monitoravam os movimentos em 200 quadros por segundo. Após algumas simulações para que os participantes se acomodassem, um registro foi escolhido de cada um, resultando em clipes que mostravam cerca de dois ciclos de caminhada.

O estudo identificou tendências claras: os homens que se destacaram nos parâmetros de oscilação do torso e na posição das ombreiras eram frequentemente percebidos como mais dominantes. Curiosamente, o contexto visual foi muito limitado, levando a um entendimento de que a forma de caminhar sozinha pode criar impressões de força e dominância, mesmo sem a presença de outros fatores como rosto ou tamanho do corpo.

A necessidade de compreender o movimento para a avaliação de dominância

Estabelecer uma conexão entre a forma de caminar e a dominância percebida pode ter implicações significativas. O estudo revelou que, na verdade, diferentes combinações de tamanho corporal e estilo de caminhada podem resultar em classificações de dominância similares. Por exemplo, um homem menor com padrões de movimento exagerados pode ser considerado tão intimidador quanto um homem maior que caminha normalmente.

Esse fenômeno levanta a hipótese de que homens menores podem inconscientemente adaptar sua forma de andar para se mostrar mais dominantes, enquanto homens de grande porte podem não ter necessidade de enfatizar essa característica.

Implicações do estudo na vida real

Embora o estudo tenha se concentrado exclusivamente nas caminhadas, outras pesquisas também identificaram sinais de dominância em gestos expansivos ou posturas eretas. A maneira como os homens se comportam pode ser uma extensão de suas características físicas, mas o grau em que esses padrões de movimento são controlados conscientemente ou ocorrem automaticamente permanece um mistério. A cultura também pode influenciar como os homens percebem e se comportam dentro de seus ambientes sociais.

Para concluir, em situações do dia a dia, a maneira como os homens caminham pode comunicar informações complexas sobre sua dominância. Esta nova pesquisa nos permite entender que, por trás dos padrões de movimento, existe uma intricada rede de reações sociais que pode moldar interações e percepções em nossas vidas cotidianas.

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