Mais de 700 personalidades, incluindo cientistas, líderes religiosos, atores e políticos, assinaram uma carta aberta nesta quarta-feira pedindo a proibição do desenvolvimento de inteligência artificial superinteligente, considerada uma ameaça à humanidade.
Signatários de peso apoiam a iniciativa contra a IA superinteligente
Entre os signatários, estão cinco laureados com o Nobel, dois considerados “Deuses da IA”, além de personalidades como Steve Wozniak, cofundador da Apple, e o ator Joseph Gordon-Levitt. Também assinaram figuras públicas como Steve Bannon, ex-assessor do presidente Donald Trump, e Harry e Meghan, duque e duquesa de Sussex.
A carta foi organizada pelo Future of Life Institute (FLI), uma ONG que, em 2023, já havia pedido uma pausa de seis meses no desenvolvimento de sistemas de inteligência artificial avançados. Segundo Anthony Aguirre, diretor executivo da FLI, a nova campanha surgiu do temor de que a tecnologia possa atingir níveis de superinteligência em um prazo de um a dois anos — o que, na sua visão, exige uma ação rápida e coordenada.
Riscos da IA superinteligente e a urgência de ações sociais
Aproximadamente 64% dos americanos acreditam que a superinteligência só deve ser desenvolvida se puder ser provada como segura e controlável, enquanto apenas 5% defendem o avanço imediato, segundo pesquisas divulgadas junto à carta. “É um pequeno grupo de empresas muito ricas que impulsiona essa corrida, enquanto a maioria das pessoas prefere uma abordagem mais segura”, afirma Aguirre.
Vozes influentes alertam para o perigo
Ícones como Joseph Gordon-Levitt, Stephen Fry, o rapper will.i.am e o autor Yuval Noah Harari também assinaram o documento. A conselheira de segurança nacional na administração Obama, Susan Rice, também assinou, assim como Leo Gao, membro técnico da OpenAI, organização que, segundo o CEO Sam Altman, é uma “empresa de pesquisa de superinteligência”.
Gordon-Levitt destacou: “Queremos ferramentas de IA que ajudem a curar doenças ou reforçar a segurança nacional, mas não que imitem humanos, manipulationem nossas crianças ou transformem nossas vidas em um grande mercado de anúncios. A maioria das pessoas não quer isso”.
Perspectivas e alertas para o futuro
Prince Harry afirmou que “o futuro da IA deve servir à humanidade, não substituí-la”. Ele acrescentou: “O verdadeiro progresso será medido por quão sabiamente conseguimos direcionar essa tecnologia”. Sobre a assinatura da carta, Aguirre reforça que a adesão tende a crescer à medida que mais pessoas se convencem da urgência do tema.
Especialistas alertam que a corrida desenfreada por sistemas de IA superinteligente pode gerar riscos existenciais, enfatizando a necessidade de conscientização social para evitar que avanços tecnológicos se tornem ameaças irreversíveis.
Impactos e próximos passos
Segundo os organizadores, o objetivo é garantir que os avanços em inteligência artificial beneficiem toda a humanidade, evitando uma corrida descontrolada por uma tecnologia cujo impacto pode ser irreversível. A campanha pretende estimular o debate público e pressionar legisladores a adotarem regulações eficazes para esse setor.
Ainda não há previsão de medidas governamentais específicas, mas a mobilização global já aponta para uma crescente demanda por controle responsável do desenvolvimento de IA superinteligente.