Brasil, 22 de outubro de 2025
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Estudante é acusada de ser serial killer em Guarulhos

A estudante Ana Paula Veloso Fernandes é suspeita de quatro homicídios qualificados, com detalhes que chocam a opinião pública.

No dia 16 de abril, uma denúncia inusitada chegou ao 1º Distrito Policial de Guarulhos: um bolo supostamente envenenado deixado em uma sala da Universidade de Guarulhos (UNG) e um bilhete ameaçador. As vítimas? Duas alunas, incluindo a estudante de direito Ana Paula Veloso Fernandes, de 36 anos. Semanas depois, Ana Paula se tornaria a principal suspeita de ser uma serial killer.

A denúncia e o início da investigação

A Polícia Civil recolheu o bolo e o enviou para perícia, mas as câmeras de segurança não registraram a entrada de ninguém no campus. Isso levantou a suspeita de que o autor do crime conhecia bem a instituição. O que intrigou ainda mais os investigadores foi a frequência com que Ana Paula visitava a delegacia. Ela relatava estar sendo perseguida, insinuando que a mesma pessoa que a ameaçava poderia estar envolvida na morte de uma amiga, que aconteceu dias antes.

O delegado Halisson Ideiao Leite foi um dos que notou o comportamento peculiar de Ana Paula. “Ela alegava ter alguém a perseguindo, e logo após queixas sobre o bolo, tornou-se uma suspeita”, disse. O escrivão Rafael Vello também percebeu que a situação era estranha, destacando que não era comum uma suposta vítima procurar a polícia tantas vezes.

Desdobramentos e novas descobertas

Os policiais, cientes de que poderiam estar diante de uma potencial criminosa, começaram a investigar Ana Paula mais a fundo. Logo, detalhes alarmantes começaram a aparecer. Um número de telefone usado para ameaçar Ana Paula e sua colega foi registrado em nome de uma amiga dela, que foi encontrada morta um dia antes. Maria Aparecida Rodrigues, que havia conhecido Ana Paula pela internet, falecera em 11 de abril. Inicialmente classificada como morte natural, a investigação revelou que Ana Paula foi uma das últimas a estar com ela.

A amizade entre as duas se intensificou nos dias que antecederam a morte de Maria Aparecida, que esteve na casa de Ana, onde comeu bolo e tomou café. “Decidimos monitorar a estudante, tomando cuidado para que ela não percebesse”, afirmou o delegado. Dias depois, Ana Paula voltou mais uma vez à delegacia, desta vez para fazer uma nova denúncia contra um coordenador da faculdade.

Mortes relacionadas e a prisão de Ana Paula

A pesquisa acabou revelando duas mortes anteriores relacionadas a Ana Paula. A primeira foi a de Marcelo Hari Fonseca, encontrado morto após ingerir um sanduíche que Ana Paula ofereceu. Em depoimento, Ana confessou tê-lo matado após uma discussão. O segundo caso envolveu Hayder Mhazres, um tunisiano que conheceu Ana Paula através de um aplicativo de encontros e que morreu após beber um milkshake.

A Polícia Civil, percebendo o padrão aterrador, pediu a prisão temporária de Ana Paula. Durante a busca em sua casa, agentes descobriram um frasco de terbufós, um veneno frequentemente utilizado em envenenamentos. A partir das conversas capturadas em celulares apreendidos, foi identificado um quarto crime envolvendo Neil Corrêa da Silva, pai de uma amiga de Ana Paula, que também morreu após comer uma feijoada preparada por ela.

Repercussão e defesa da estudante

A investigação apurou que Ana Paula e sua irmã gêmea, Roberta Veloso Fernandes, utilizavam códigos nas conversas para referir-se aos crimes. O delgado Halisson Ideiao Leite classificou Ana Paula como uma “criminosa contumaz”, com altas chances de reincidir, se libertada. Ela acabou indiciada por quatro homicídios qualificados.

Por outro lado, a defesa de Ana Paula argumenta que sua cliente não possui traços de um serial killer, como planejamento e execução manipulativa dos crimes. O advogado Almir Sobral destacou que há distorções nas informações veiculadas pela mídia e que a defesa está conduzindo uma investigação paralela, buscando clareza nos fatos.

Em depoimento, Ana Paula confessou a morte de Marcelo e Neil, mas negou envolvimento com as outras duas mortes. Sua defesa ressalta que a situação ainda está em fase de verificação. “Os corpos estão sendo exumados para confirmar se houve ou não ingestão de veneno”, concluiu. Com um caso que traz à tona a fragilidade das relações humanas e a complexidade da mente criminosa, a sociedade aguarda por mais esclarecimentos e pelo desfecho dessa inquietante história.

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