Brasil, 22 de outubro de 2025
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Governo do RJ autoriza projeto com ONG investigada por desperdício

Contratação da ONG Contato para projeto Balcão do Consumidor gera polêmica após alerta sobre risco de desperdício de dinheiro público.

No que se pode considerar uma decisão controversa, o governo do Rio de Janeiro, sob a liderança do governador Cláudio Castro, autorizou a contratação da ONG Contato para implementar o projeto Balcão do Consumidor. Essa decisão foi tomada apesar de uma nota técnica da Controladoria Geral do Estado (CGE) que alertava para o risco de desperdício de recursos públicos relacionados a essa ONG, que já possui um histórico de irregularidades.

O que é o projeto Balcão do Consumidor?

O projeto Balcão do Consumidor tem como objetivo a criação de 20 pontos de atendimento ao consumidor, semelhante ao que é oferecido pelo Procon, com um custo estimado em R$ 34 milhões. A intenção é proporcionar um suporte amplo e eficiente para os cidadãos, mas a escolha da ONG responsável por essa missão coloca em dúvida a viabilidade e confiabilidade do projeto.

Histórico da ONG Contato e alertas da CGE

A ONG Contato foi responsabilizada anteriormente por irregularidades em um contrato com o Estado, no projeto Agente das Cidades, em 2020. Uma decisão do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ) publicou, em janeiro deste ano, uma condenação onde a ONG e um ex-subsecretário foram ordenados a devolver solidariamente aproximadamente R$ 27,2 milhões aos cofres públicos devido a essas irregularidades. O conteúdo da auditoria que embasou essa decisão foi mantido em sigilo, mas documentos obtidos pelo RJ2 indicam que houve desperdiço significativo de verba pública na execução do projeto anterior. A CGE alertou que há risco elevado de reincidência, o que coloca mais uma vez em xeque a credibilidade das políticas públicas do Estado.

Decisão do governador e sua justificativa

Apesar dos alertas da Controladoria e dos investimentos anteriores que resultaram em desperdício, o governador Cláudio Castro decidiu avançar com a contratação. Castro recomendou apenas que o Procon implementasse medidas adicionais de controle e fiscalização, a fim de mitigar os riscos já identificados. A decisão de seguir em frente com a contratação foi aprovada apenas seis dias após a emissão da nota técnica da CGE, que permaneceu em sigilo até o momento.

Reações e defesas da ONG

Em resposta às inquietações geradas pela sua escolha, a ONG Contato defendeu que o contrato foi celebrado após um chamamento público, seguindo critérios objetivos de avaliação. Segundo a ONG, ela teria comprovado a melhor capacidade técnica e operacional para a execução do projeto Balcão do Consumidor. A entidade também alegou que o programa Agentes da Cidade foi paralisado devido à pandemia e não em razão de falhas na sua execução. Além disso, é importante notar que a Contato assegurou que não há vínculos com o programa Casa do Consumidor.

Garantias e auditoria

A ONG reforçou que todas as suas prestações de contas são auditadas e aprovadas pelos órgãos competentes, garantindo um compromisso com a transparência. A instituição se comprometeu a cumprir o projeto na íntegra, sem custos adicionais para o governo.

Conclusão: riscos e desafios à gestão pública

A autorização para um projeto tão significativo, sob a batuta de uma ONG com um histórico controverso, levanta questões sobre a gestão da verba pública e a eficácia na implementação de políticas voltadas ao consumidor. Com o alerta da CGE, a expectativa agora é que o governo tome todas as medidas necessárias para evitar que os erros do passado se repitam, garantindo a proteção dos recursos públicos e, acima de tudo, a confiança da população nas políticas governamentais.

Em tempos onde a transparência e a responsabilidade na administração pública são mais relevantes do que nunca, o andamento deste projeto será acompanhado com atenção e vigilância, não apenas pelas autoridades, mas também pela sociedade civil, que espera a prestação de contas e a correta aplicação do dinheiro enviado para a melhoria de serviços essenciais.

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