Na manhã de 19 de outubro, menos de quatro minutos após a abertura do Museu do Louvre, quatro assaltantes realizaram um golpe audacioso, levando joias de grande valor histórico e simbólico da monarquia francesa. A ação, que contou com um aparato elaborado, deixou as autoridades perplexas e a coleção de joias, parcialmente recuperada, carregada de histórias centenárias.
Detalhes do roubo no Louvre e o que foi levado
Os criminosos, disfarçados de operários de construção, estacionaram uma plataforma elevatória perto do rio Sena, próximo ao museu. A partir daí, escalaram até um balcão, cortaram uma janela com uma serra de arco e obtiveram acesso às salas onde as joias eram expostas. Entre os itens roubados, estavam peças que pertenciam a imperatriz Eugénie, rainhas e outras figuras reais, incluindo coroas, tiaras, colares e broches.
A maior parte do roubo envolveu peças que representam mais de dois séculos de história da monarquia francesa, incluindo joias que tiveram destaque em cerimônias de casamento e eventos oficiais ao longo do tempo.
Joias com história de peso e origem real
Tiara e coroa de Eugénie
Destacando-se na lista, estavam a tiara e a coroa de Eugénie, esposa de Napoleão III. A tiara, composta por 212 pérolas e quase 2.000 diamantes, era sua assinatura visual nos retratos oficiais. A coroa, criada pelo joalheiro Alexandre-Gabriel Lemonnier após seu casamento em 1853, foi deixada no local na fuga dos ladrões, mas a tiara foi levada.
Joias de figuras emblemáticas
O roubo também atingiu uma safira de propriedade de Marie Amélie, esposa de Luís Filipe, além de colares e brincos de esmeralda presentes de Napoleão I para sua segunda esposa, Marie-Louise, confeccionados por François-Regnault Nitot, joalheiro oficial da corte.
Relíquia e broche de Eugénie
Outro item de destaque foi o broche reliquia, contendo uma relíquia sagrada de Eugénie, feito em 1855, com 94 diamantes e duas das melhores pedras de diamantes, acumulando peso simbólico e religioso. Além dele, foi roubado um broche em formato de laço, que originalmente era a fivela de um cinturão de diamantes de 4 mil pedras, transformado em jóia por Eugénie.
Origem e significado das peças roubadas
Algumas joias têm raízes que remetem à história de França, incluindo especulações de que a diadema com 24 sapphires de Ceilão possa ter pertencido à rainha Marie Antoinette antes de se tornar uma peça lendária, que passou por várias mãos, incluindo a coleção da família Orléans e, posteriormente, adquirida pela joalheria Van Cleef & Arpels em 1953.
A coleção inclui ainda um colar e brincos de esmeralda, que permanecem na narrativa histórica, e a tiara de Eugénie, adquirida pelo Louvre em 1985, após passar por diferentes coleções e colecionadores ao longo das décadas.
Pista e o que se sabe até agora
Embora o roubo tenha sido meticulosamente planejado, as autoridades ainda buscam entender completamente como os ladrões executaram o plano com tamanha precisão, além de conhecer seus motivadores e possíveis vínculos. A polícia investiga se o ataque foi uma ação isolada ou parte de uma rede maior de crime organizado.
Consequências e desdobramentos futuros
Enquanto as buscas continuam e os investigadores analisam as evidências, o mundo assiste a uma das maiores perdas culturais do século, com um roubo que combina elementos de cinema e realidade. A coleção de joias roubadas representa um capítulo sombrio na história do Louvre, deixando a sociedade e os especialistas questionando a segurança de museus e centros de cultura.