A Netflix anunciou nesta terça-feira (21) que suas receitas no terceiro trimestre foram prejudicadas por uma disputa tributária de anos com as autoridades brasileiras, o que impactou seus lucros. Apesar disso, a companhia registrou um lucro operacional de US$ 3,24 bilhões, abaixo das estimativas de Wall Street e de sua própria previsão em cerca de US$ 400 milhões.
Impacto da disputa tributária no resultado financeiro
O conflito fiscal, que remonta a 2022, levou a Netflix a pagar aproximadamente US$ 619 milhões para encerrar a disputa com o governo brasileiro. A empresa afirmou que “não espera que essa questão tenha impacto material nos resultados futuros”, reforçando que os próximos pagamentos serão menores.
O lucro líquido do trimestre foi de US$ 2,54 bilhões, uma alta de 7,7% na comparação anual. O lucro por ação ficou em US$ 5,87, ante os US$ 5,40 do mesmo período do ano passado e abaixo dos US$ 6,94 previstos pelos analistas.
Desempenho financeiro e projeções futuras
As vendas da Netflix cresceram 17%, atingindo US$ 11,5 bilhões, em linha com as expectativas do mercado. Para o próximo trimestre, a empresa projeta um lucro por ação de US$ 5,45 em receitas de US$ 12 bilhões, divergindo levemente das estimativas de Wall Street, que preveem receita de US$ 11,9 bilhões e lucro de US$ 5,42 por ação.
Apesar dos desafios, a Netflix gerou US$ 2,66 bilhões em fluxo de caixa livre no terceiro trimestre, superando as expectativas dos analistas. A companhia também elevou sua previsão de lucro anual para cerca de US$ 9 bilhões.
Reações do mercado e estratégias futuras
Após o anúncio, as ações da Netflix caíram 7,5%, fechando em US$ 1.147,64 — uma recuperação parcial de uma máxima histórica de US$ 1.341,15 atingida em junho. Investidores continuam preocupados com o crescimento do consumo na plataforma, além dos efeitos de possíveis vídeos criados por inteligência artificial.
Em resposta, a Netflix destacou seu forte engajamento de assinantes e seu calendário de lançamentos para os próximos meses, incluindo a última temporada de Stranger Things, uma sequência de Knives Out, além de novos filmes de Guillermo del Toro e Kathryn Bigelow. A empresa também sinalizou interesse em potencial fusões e aquisições, incluindo a possibilidade de comprar ativos da Warner Bros. Discovery, segundo informações da Bloomberg.
Para a empresa, o foco permanece na expansão do conteúdo e na recuperação do valor das ações, mesmo diante dos desafios fiscais e do cenário de concorrência crescente no mercado de streaming.
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