Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o resultado do período demonstra a forte recuperação e o crescimento do setor, impulsionado principalmente pelo aumento na produção e exportação de minério de ferro. O faturamento total, que havia sido de R$ 56,7 bilhões em 2024, subiu para R$ 76,2 bilhões, representando um avanço expressivo.
Participação regional e principais commodities
Os estados com maior participação no faturamento foram Minas Gerais (39%), Pará (35%) e Bahia (4%). A substância que mais contribuiu para o resultado foi o minério de ferro, que respondeu por 52% do faturamento, registrando uma alta de 27% em relação ao terceiro trimestre de 2024, com R$ 39,8 bilhões arrecadados.
Exportações e comércio exterior
Na pauta de exportações, o setor nacional enviou cerca de 121 milhões de toneladas de produtos minerais, aumento de 6,2% frente ao mesmo período do ano anterior. Do total exportado, 65% foi composto por minério de ferro, com a China sendo o principal mercado, comprando 69,3% das vendas externas brasileiras de minerais.
Importações e demanda por minerais estratégicos
O valor das importações cresceu 3,3%, chegando a US$ 2,5 bilhões, com os principais fornecedores sendo os Estados Unidos (20,8%), Rússia (19,3%), Canadá (14,3%) e Austrália (11,4%). Os minerais mais demandados foram potássio (57%), carvão mineral (24%) e enxofre (6%).
Investimentos e perspectivas futuras
Para o período de 2025-2029, o setor mineral projeta investir US$ 68,4 bilhões em diversos projetos. Ainda que o maior volume absoluto seja dedicado ao minério de ferro, estimado em US$ 19,6 bilhões, as terras raras terão o maior crescimento percentual, de 49%, devido à crescente demanda global.
Terras raras e potencial geopolítico
De acordo com Julio Cesar Nery Ferreira, diretor de Assuntos Minerários do Ibram, a expectativa de aumento na demanda pelas terras raras justifica o crescimento de 49% nos investimentos nesse grupo de minerais. “Elas já estão sendo exploradas em estados como Minas Gerais, Goiás e Bahia”, afirmou.
Ferreira destacou ainda que, segundo levantamentos mundiais, o Brasil possui a segunda maior reserva de terras raras do mundo. “A criação de uma comissão parlamentar específica para esse recurso no Congresso reforça o potencial geopolítico do Brasil para explorar esse mercado estratégico”, completou Fernando Azevedo, vice-presidente do Ibram.
Minerais críticos e estratégicos
Além das terras raras, a previsão é de crescimento nos investimentos em minerais considerados críticos e essenciais para tecnologias, como cobre, lítio, níquel, cobalto, nióbio, zinco e grafita. Raul Jungmann, presidente do Ibram, afirmou que “os investimentos em minerais estratégicos vão decolar ainda mais, pois são fundamentais para segurança alimentar, tecnologia, inovação e soberania nacional.”
Fontes: Agência Brasil