A Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) prendeu, nesta terça-feira (21/10), um homem que usava duas tornozeleiras eletrônicas simultaneamente, em Porto Alegre. A prisão foi realizada durante uma operação focada em um grupo especializado no roubo de celulares na capital gaúcha e na cidade de Canoas, localizada na Região Metropolitana.
De acordo com o delegado Arthur Raldi, titular da 16ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, o homem foi encontrado em um imóvel durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão. Ele estava sob monitoramento duplo: uma tornozeleira era referente a crimes de roubo e homicídio, enquanto a outra era por violência doméstica.
Homem é suspeito de participar de esquema de roubos de celulares
Operação contra roubo de celulares
A ação policial cumpriu 10 ordens judiciais, incluindo mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão, em Porto Alegre e Canoas. As investigações indicam que os criminosos atuaram entre agosto e setembro deste ano, simulando compras de celulares com comerciantes e agendando a entrega em ruas do bairro Restinga.
Durante a entrega, os golpistas enganavam os vendedores, afirmando que iriam pagar com cartão de crédito, o que levava os entregadores a se deslocarem com uma maquininha. No local combinado, o entregador era rendido pelos assaltantes e tinha seu celular roubado. Segundo Raldi, esse esquema foi repetido ao menos 10 vezes nos últimos dois meses. Os aparelhos eram destinados à revenda ou ao desmonte para reaproveitamento de peças.
No total, cinco pessoas foram presas preventivamente. Todos os detidos deverão responder por roubo e foram conduzidos à 16ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, antes de serem transferidos para o sistema penitenciário.
Desde 2023, o governo gaúcho implementa o monitoramento eletrônico em homens condenados com base na Lei Maria da Penha, como parte de medidas de segurança e proteção às vítimas. Isso demonstra o crescente uso de tecnologia no combate à violência doméstica e crimes relacionados, mas também levanta questões sobre a eficácia e controle do sistema de monitoramento.
O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Penal do Rio Grande do Sul para entender por que um indivíduo estaria utilizando duas tornozeleiras eletrônicas ao mesmo tempo e se essa situação é comum no sistema de monitoramento penal do estado. A resposta da polícia pode esclarecer não apenas a situação do homem preso, mas também os possíveis desafios enfrentados pelas autoridades em manter um sistema de controle eficaz.
A utilização de tornozeleiras eletrônicas tem se mostrado uma ferramenta controversa, onde sua eficácia na redução da reincidência delituosa é constantemente debatida. Com relatos de criminosos que conseguem burlar o sistema, torna-se imperativo que o governo estadual reavalie a metodologia de implementação e fiscalização do monitoramento eletrônico.
É essencial que a sociedade esteja atenta a essas questões, visto que a segurança pública e a proteção às vítimas são temas de grande relevância e impacto na vida da população. O próximo passo será acompanhar a evolução das investigações e as implicações legais que estes casos irão gerar.