A Meta anunciou recentemente a contratação de Tim Brooks, um renomado pesquisador de inteligência artificial que atuava no Google DeepMind, sinalizando uma intensificação na competição por talentos na área de IA de ponta. Desde setembro, Brooks trabalha nas Laboratórios de Superinteligência da Meta, de acordo com seu perfil no LinkedIn. A movimentação indica que a empresa pode estar investindo na construção de “world models”, um tipo de IA considerado vital para o avanço rumo à inteligência artificial geral (AGI).
O objetivo dos “world models” na busca pela IA geral
O foco na contratação de Brooks reforça o interesse crescente por modelos que conseguem simular de forma realista o funcionamento do mundo. Segundo o CEO da OpenAI, Sam Altman, a capacidade de criar “world models” de alta qualidade pode ser mais importante para o desenvolvimento de AGI do que muitas pessoas imaginam. “Se conseguirmos construir modelos que simulem o mundo muito bem, poderemos colocar agentes de IA nesses ambientes virtuais para aprender habilidades além do que aprendem com textos, fotos e vídeos,” explicou Altman em um podcast recente.
Na prática, a ideia é que esses modelos possam acelerar o treinamento de IA, por meio de simulações rápidas e paralelas, tornando o processo mais eficiente na busca por uma inteligência artificial semelhante à humana.
Diferenças na abordagem de Meta e o papel de Brooks
Enquanto o Google, com o DeepMind, e a OpenAI focam em gerar vídeos e imagens realistas, a Meta tem adotado uma estratégia distinta. A empresa prediz resultados em espaços abstratos, sem precisar renderizar vídeo pixel por pixel. Essa abordagem foi liderada pelo principal cientista de IA da Meta, Yann LeCun, que criticou publicamente a estratégia de geração visual da Sora e de outros modelos similares.
Agora, a chegada de Brooks à Meta sugere uma possível mudança de rota. Seu conhecimento em modelos mais orientados à simulação de ambientes e sua contratação indicam que a Meta pode estar considerando explorar essa linha de pesquisa, alinhando-se ao esforço de empresas como Google e OpenAI de desenvolver “world models” mais realistas e interativos.
Controvérsia e futuro da inteligência artificial na Meta
O movimento também revela divergências internas na Meta, onde Yann LeCun, principal responsável pela estratégia atual, vê com ceticismo o foco de Brooks em gerar vídeos e imagens realistas. A chegada do novo especialista pode sinalizar a tentação de adotar uma abordagem mais voltada para a compreensão do funcionamento do mundo, em vez da pura geração visual.
A iniciativa reforça o esforço da Meta em manter-se na vanguarda da IA, mesmo com mudanças no centro de poder dentro da divisão de inteligência artificial, que ultimamente tem favorecido os projetos de “world models”.
Perspectivas para a pesquisa em IA na Meta
Analistas avaliam que a contratação de Brooks pode impulsionar a Meta a avançar na construção de modelos mais sofisticados capazes de compreender o mundo de forma mais profunda, contribuindo potencialmente para o desenvolvimento de uma IA verdadeiramente geral. O futuro da estratégia da empresa dependerá de como conseguirá integrar esses avanços tecnológicos às suas plataformas e produtos.
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