A Ambipar Protocolou na segunda-feira pedido de recuperação judicial na 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Rio de Janeiro, em meio a uma grave crise de liquidez e ao risco de pagamento de dívidas de bilhões de reais. O pedido foi feito junto às afiliadas, incluindo a Environmental ESG Participações, após indicações de irregularidades ligadas à gestão financeira.
Crise financeira e suspeitas de irregularidades
A decisão da empresa ocorreu após a descoberta de possíveis irregularidades, envolvendo a contratação de operações de swap pela diretoria financeira e a súbita renúncia do antigo diretor financeiro João de Arruda. Segundo a Ambipar, essas ações provocaram forte abalo na confiança do mercado e pedidos de antecipação de vencimentos por parte dos credores.
As ações da companhia sofreram forte queda no final de setembro, quando Arruda saiu do cargo na diretoria financeira, sendo substituído por Ricardo Garcia, que acumula funções de relações com investidores. Até o momento, as ações fecharam a R$ 0,58 nesta segunda-feira, ante mais de R$ 10 no final de setembro.
Investigações e ações judiciais
A Ambipar esclareceu que já existe um inquérito criminal aberto para apurar condutas do antigo CFO e seus associados. A empresa também contratou a consultoria FTI Consulting para conduzir investigações internas e buscar reparações pelos prejuízos ocasionados.
A busca por proteção judicial foi motivada por uma operação de crédito com o Deutsche Bank, que exigiu garantias adicionais e consumiu parte significativa do caixa da companhia em poucos dias. Como consequência, a empresa solicitou recuperação judicial no Brasil e processo de falência nos Estados Unidos, nos termos do Capítulo 11.
Reação do mercado e perspectivas futuras
As ações da Ambipar, que foram excluídas de alguns índices da B3, apresentaram queda expressiva e fecharam a última sessão a R$ 0,58, refletindo a instabilidade causada pela crise financeira e pelas suspeitas de irregularidades. A empresa também afirmou que já há uma investigação em andamento e que buscará responsabilizar civilmente os envolvidos.
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