Nos últimos anos, o açaí, fruta amazônica de cor violeta intenso, deixou de ser produto exótico para se tornar uma categoria consolidada em diversas regiões. Desde sua incorporação ao Código Alimentar Argentino em 2017, o consumo da fruta tem se multiplicado, impulsionado por uma tendência global de hábitos de vida mais saudáveis e pelo status de superalimento, graças às suas propriedades antioxidantes, vitaminas e fibras. Atualmente, o Brasil e a Argentina lideram esse movimento de expansão.
Expansão no mercado global e novas possibilidades
Segundo dados da consultoria GFK, 38% dos consumidores em todo o mundo têm maior propensão a adotar hábitos saudáveis, o que favorece a popularização do açaí. No Brasil, a fruta é vendida tanto em copos e tigelas tradicionais quanto em polpas congeladas importadas da Amazônia, atendendo a uma demanda que mistura cultura regional e inovação alimentar. Paralelamente, negócios como o da brasileira Oakberry cresceram internacionalmente, com mais de 700 lojas no mundo e planos de expansão na Argentina, onde abriu suas primeiras unidades em Buenos Aires, em Palermo e Recoleta, com previsão de abrir pelo menos 50 franquias nos próximos dez anos.
Empreendedorismo e inovação na Argentina
A aposta no açaí na Argentina inclui marcas como a Maracaibo, fundada por brasileiros com forte presença no mercado local. Segundo Gabriel Meredig, gerente de operações da Oakberry na Argentina e Uruguai, o crescimento da marca se deve a um controle verticalizado e sustentável de toda a cadeia produtiva, do cultivo do açaí até seu consumo nas lojas.
Mercado e cultura do sorvete artesanal
O consumo de sorvetes de açaí e outros produtos típicos brasileiros vem conquistando espaço, apesar do forte cenário de cultura de sorvetes na Argentina. Empresas como a Açaí Brasil, criada por brasileiros que vivem na Argentina, investem na abertura de lojas próprias e franquias, impulsionadas pelo desejo de compartilhar os sabores do Brasil. Patrick Souza e Roberta Rocha, por exemplo, abriram sua primeira loja na Recoleta em 2019 e continuam crescendo, oferecendo também pão de queijo, sucos de frutas e experiências nutricionais.
Bioeconomia e sustentabilidade na Amazônia
O crescimento do açaí também se conecta ao desenvolvimento sustentável da Amazônia, com iniciativas que envolvem extração responsável de castanhas, látex e sementes, além de projetos de comunidades locais, como as de Santa Rosa e Lábrea, no interior do estado do Amazonas. Essas comunidades vivem da coleta de sementes, produção de manteigas vegetais e outros produtos, promovendo uma bioeconomia que valoriza o meio ambiente e gera renda direta para os moradores.
Perspectivas futuras
A expansão do açaí no Brasil e na Argentina demonstra uma tendência de valorização de alimentos autóctones e sustentáveis, que unem cultura, saúde e inovação. Empresas brasileiras e estrangeiras investem em franquias e produtos diferenciados, buscando consolidar a fruta como símbolo de uma alimentação equilibrada e de um projeto de bioeconomia na região amazônica. As iniciativas apontam para um mercado cada vez mais globalizado e consciente, com potencial para fortalecer a economia local e promover a preservação da biodiversidade.
Para saber mais sobre o crescimento do açaí na Argentina, acesse o fonte oficial.