Brasil, 21 de outubro de 2025
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A anomalia magnética da América do Sul causa preocupação nos cientistas

Uma nova pesquisa revela o crescimento da anomalia magnética no Atlântico Sul, impactando a navegação e o clima espacial.

A Terra, nosso lar tão familiar, esconde mistérios que intrigam cientistas por gerações. Um desses mistérios é a notável anomalia no campo magnético da Terra, localizada sobre o Atlântico Sul, que vem preocupando especialistas há mais de um século. Dados recentes indicam que essa fraqueza no campo magnético, conhecida como Anomalia do Atlântico Sul, cresceu rapidamente nos últimos 11 anos, abrangendo uma área equivalente à metade do tamanho da Europa continental.

A descoberta preocupante

As novas informações foram detalhadas em um estudo publicado na revista Physics of the Earth and Planetary Interiors e analisadas por uma equipe internacional de pesquisadores utilizando dados coletados pelos satélites da missão Swarm, da Agência Espacial Europeia (ESA). Essa constelação de três satélites idênticos tem o objetivo de medir os sinais magnéticos da Terra e facilitar a compreensão dos fenômenos que a envolvem.

A expansão da Anomalia do Atlântico Sul não só põe em questionamento a estabilidade do campo magnético terrestre, mas também pode impactar significativamente as tecnologias de navegação e o rastreamento de fenômenos climáticos no espaço. De acordo com os especialistas, a melhor teoria atualmente sugere que um enorme corpo de ferro fundido no núcleo externo do planeta, situado a cerca de 2.900 quilômetros abaixo da superfície, pode estar gerando essa significativa diminuição do campo magnético.

Fatores que influenciam a anomalia

No entanto, esse não é o único fator responsável pela fraqueza observada. Os cientistas estão empenhados em identificar outras variáveis que possam estar contribuindo para o comportamento inesperado da anomalia que continua se expandindo. Chris Finlay, professor de geomagnetismo na Universidade Técnica da Dinamarca e autor principal do estudo, observa que “a Anomalia do Atlântico Sul não é apenas um bloco único. Ela está se comportando de maneira diferente em relação à África e à América do Sul, o que indica que há algo especial acontecendo nessa região, causando uma intensificação do enfraquecimento do campo magnético”.

Finlay destaca que o comportamento do campo magnético da Terra não é simples. “Normalmente, esperaríamos ver as linhas do campo magnético saindo do núcleo no hemisfério sul. Mas sob a Anomalia do Atlântico Sul, observamos áreas inesperadas onde o campo magnético, em vez de sair do núcleo, retorna a ele”, afirma.

Implicações da anomalia para o futuro

Além da anomalia magnética, os dados da Swarm revelaram que o campo magnético está se fortalecendo sobre a Sibéria enquanto diminui no Canadá. Este fenômeno tem ligação com a movimentação do polo magnético norte em direção à Sibéria nos últimos anos, o que complica ainda mais a nossa compreensão sobre as condições magnéticas da Terra.

“Quando tentamos entender o campo magnético da Terra, é importante lembrar que não se trata apenas de um dipolo simples, como um ímã de barras. Somente por meio de satélites como o Swarm conseguimos mapear plenamente essa estrutura e observar suas mudanças ao longo do tempo”, destaca Finlay.

Perspectivas de pesquisa

A ESA planeja estender a missão do Swarm além de 2030, permitindo que pesquisadores continuem a monitorar o comportamento peculiar do campo magnético da Terra por muitos anos. Este acompanhamento é fundamental para aprimorar os modelos magnéticos atuais, que desempenham um papel crucial na navegação e na previsão de eventos de clima espacial.

Em um mundo cada vez mais dependente de tecnologia, entender os fenômenos naturais que influenciam nossa vida cotidiana é essencial. A Anomalia do Atlântico Sul, portanto, não deve ser apenas um ponto de curiosidade científica, mas um tema de contínua investigação e monitoramento para proteger nossas infraestruturas e facilitar um melhor entendimento das forças que moldam nosso planeta.

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