Brasil, 21 de outubro de 2025
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Demissão de Márcio Macêdo e entrada de Guilherme Boulos na secretaria-geral

O ministro Márcio Macêdo foi demitido e substituído por Guilherme Boulos, destacando mudanças na estratégia política do governo Lula.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demitiu o ministro Márcio Macêdo da Secretaria-Geral da Presidência nesta segunda-feira, 20 de outubro. Essa mudança vem acompanhada da nomeação do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) para assumir o cargo. A troca reflete um momento decisivo no governo Lula, onde as críticas ao desempenho de Macêdo se tornaram constantes ao longo de sua gestão.

A gestão de Márcio Macêdo sob críticas

Durante seu tempo à frente da Secretaria-Geral, Macêdo foi amplamente criticado tanto por Lula quanto por outros integrantes do governo. O presidente expressou descontentamento em várias ocasiões, pedindo por uma maior eficácia nas ações da secretaria. Em um evento ocorrido em dezembro de 2023, Lula solicitou menos “discurso e mais entrega” de Macêdo, enfatizando a necessidade de uma pauta clara de reivindicações junto aos catadores, um grupo social que frequentemente é apoiado pelo governo. Veja mais [aqui](https://oglobo.globo.com/politica/noticia/2024/05/02/bronca-de-lula-reacende-criticas-de-aliados-a-marcio-macedo-mas-ministro-resiste-em-rever-relacao-com-movimentos-sociais.ghtml).

Descontentamento nas mobilizações

Além disso, em um evento do Dia do Trabalho em maio do ano anterior, Lula também criticou a falta de “esforço necessário” para mobilizar manifestantes, apontando a desorganização do ato como uma falha na gestão de Macêdo. Ele enfatizou que a responsabilidade pelo movimento social no Brasil recaía sobre ele, reafirmando que o ato estava mal convocado e que não havia realizado o esforço necessário para atrair um público mais significativo. O descontentamento era palpável, especialmente em uma plateia que se apresentou esvaziada.

Críticas internas e falta de protagonismo

A gestão de Macêdo na Secretaria-Geral foi marcada por um “fogo amigo”. Além das críticas diretas de Lula, aliados dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) também questionavam sua capacidade de liderança. Muitos viam sua atuação como apagada, em um cargo tradicionalmente considerado estratégico para a articulação política do governo. Historicamente, a Secretaria-Geral já teve figuras influentes como Luiz Dulci, que, nos primeiros mandatos de Lula, desempenhou um papel fundamental na relação do PT com a sociedade civil e os movimentos sociais.

A percepção de descaso por parte de Lula

Informações vindas do entorno presidencial indicam que Macêdo era considerado “esquecido” pelo presidente, revelando uma estreita relação entre eles. Frequentemente, Macêdo tinha poucas reuniões com Lula, o que limitava seu protagonismo e capacidade de agir frente às demandas sociais. Essa falta de visibilidade levou a uma percepção de que sua liderança não estava à altura das expectativas.

A chegada de Guilherme Boulos

A escolha de Guilherme Boulos para a Secretaria-Geral é vista por muitos aliados de Lula como uma estratégia para reenergizar a base de apoio do governo, especialmente com o horizonte voltado para as eleições de 2026. Considerado um líder social e uma figura carismática, Boulos tem a missão de mobilizar e articular iniciativas que ressoem com as demandas populares, em um momento em que Lula busca fortalecer alianças e ampliar a participação social nas ações governamentais.

Perfil de Márcio Macêdo

Antes de sua demissão, Márcio Macêdo construiu uma trajetória respeitável dentro do PT. Líder do movimento estudantil nos anos 1990, ele foi uma figura chave na organização das caravanas que fortaleceram a campanha de Lula antes de sua prisão em 2018. Macêdo também teve um papel importante como tesoureiro do partido, gerindo as finanças da campanha de 2022 que recebeu aprovação unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

A demissão de Macêdo, assim, não é apenas uma mudança de nomes dentro do governo, mas também reflete uma reavaliação das estratégias políticas necessárias para enfrentar os desafios que estão por vir, sobretudo nas eleições futuras.

Com a entrada de Boulos, espera-se que o governo Lula consiga não apenas recuperar o apoio das bases sociais, mas também reinventar sua imagem política, garantindo uma nova dinâmica na relação com os diferentes segmentos da sociedade.

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