O falecimento do ex-jogador e treinador Mário Jorge Lobo Zagallo, em 5 de janeiro de 2024, trouxe à tona uma disputa familiar acirrada por sua herança. Em seu testamento, Zagallo nomeou o filho mais novo, Mario César, como o principal beneficiário, uma decisão que já gerou contestações por parte de seus outros três filhos: Marilia Emilia, Paulo Jorge e Maria Cristina. Eles alegam que o caçula manipulou o pai para assegurar sua posição privilegiada. Recentemente, um vídeo emergiu, onde o tetracampeão mundial faz críticas contundentes aos filhos mais velhos, o que pode ter repercussões diretas no julgamento da questão hereditária.
Divisões e acusações na herança de Zagallo
A gravação, que foi obtida pela revista Veja, mostra Zagallo em uma conversa com a tabeliã enquanto realizava seu testamento, afirmando que “infelizmente, os três filhos, eu vou dizer que não valem nada”, e alegando que eles estão apenas “visando dinheiro”. Esta declaração é um reflexo direto do ressentimento que o ex-treinador sentia em relação aos outros filhos, que acusam Mario César de limitar o acesso deles ao pai nos últimos anos de sua vida.
No vídeo, Zagallo expressa claramente sua insatisfação: “Estão fazendo um processo contra a minha pessoa. (Dizendo) que sou demente”. A afirmação revela um estado emocional complexo, repleto de mágoa e desconfiança. A gravação se torna crucial neste contexto, pois pode influenciar a percepção da Justiça sobre a sanidade do falecido na hora de decidir sobre a contestação feita pelos filhos mais velhos.
A tabeliã, durante o testamento, cometeu um pequeno erro ao chamar um dos filhos pelo nome errado, o que foi prontamente corrigido por Zagallo. “Isso eu sei de cabeça, não sou demente”, respondeu ele, deixando claro que ainda mantinha plena consciência de seus atos. Essa reação pode ser interpretada tanto como uma defesa de sua capacidade mental quanto como um desdém para a acusação dos filhos.
O que diz o testamento de Zagallo? Magoado e triste com herdeiros
De acordo com o testamento, Mario César receberá 50% do patrimônio, enquanto a outra metade será dividida igualmente entre os quatro filhos, resultando em 12,5% para cada um. Assim, o filho caçula ficaria com 62,5% dos bens de Zagallo. Este arranjo já acendeu alarmes entre os demais herdeiros, que se sentem injustiçados pela escolha de seu pai.
A briga pela herança não é nova. O mal-estar familiar começou após o falecimento da ex-esposa de Zagallo, Alcina de Castro, quando, segundo o ex-treinador, os filhos tentaram anular o testamento da mãe deles. Ele alegou que o motivo era impedir que ele tivesse acesso aos bens deixados por ela, o que acarretou uma animosidade crescente entre ele e os filhos mais velhos.
O vídeo que agora circula intensificou ainda mais os conflitos. Nas suas declarações, Zagallo enfatizou que apenas Mario César se mostrava disposto a cuidar dele: “ele faz tudo de interesse para mim.” A sinceridade de Zagallo ao expor sua mágoa é palpável. Ele chegou a afirmar: “O dinheiro é meu, posso fazer o que bem quiser dele.” Assim, manifestou claramente sua intenção de distanciar-se emocionalmente dos filhos mais velhos, enfatizando: “Daqui para frente não quero vê-los.”
Essa disputa de herança não é apenas uma questão financeira, mas também carrega um peso emocional significativo. A maneira como Zagallo se referia a seus filhos, a mágoa expressa e a defesa de seus vínculos com Mario César revelam uma complexidade nas relações familiares que será analisada nos tribunais.
À medida que o caso avança, a família Zagallo continua a ser o centro das atenções na mídia, e muitos questionam se o amor e o apoio familiar conseguirão prevalecer em meio a essa amarga disputa. Resta saber como o juiz avaliará as evidências apresentadas, incluindo o impacto do vídeo na integridade do testamento e nos laços familiares que foram postos à prova.
O desenrolar dessa tragédia familiar nos ensina que, por mais que o sucesso e a fama possam existir, os laços familiares muitas vezes são testados nos momentos mais difíceis.
