Brasil, 21 de outubro de 2025
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Polícia Federal prende três por desvio de emendas no Maranhão

Prisões ocorreram após saques de R$ 420 mil destinados a eventos culturais que não foram realizados.

A Polícia Federal (PF) prendeu em flagrante três pessoas ligadas a entidades culturais no Maranhão, enquanto realizavam saques fraudulentos em um caixa eletrônico do Banco do Brasil. O montante totaliza aproximadamente R$ 420 mil provenientes de emendas parlamentares estaduais, designadas pela Secretaria de Cultura para a realização de eventos que, segundo as investigações, nunca aconteceram.

Pessoas envolvidas e o esquema de desvio

Os detidos incluem Larissa Rezende Santos, assessora da deputada estadual Andreia Rezende (PSB); Ivan Jorge da Piedade Madeira, presidente da Companhia de Cultura Popular Catarina Mina; e Maria José de Lima Soares, presidente da Associação Recreativa e Beneficente Folclórica e Cultural de Maracanã e representante da Banzeiro Grande Produções LTDA. Todos estão envolvidos em um esquema de desvio de recursos públicos, que, conforme a PF, é operado por um núcleo financeiro que movimenta verbas públicas destinadas a instituições que funcionam apenas na forma de “fachada”.

Origem dos recursos e suas finalidades

As investigações revelaram que os saques realizados têm origem em emendas parlamentares estaduais, direcionadas a entidades culturais que aparentam ser legítimas, mas que na verdade não realizam os eventos para os quais os recursos foram supostamente destinados. Em vez disso, os representantes dessas entidades são instruídos a sacar os valores em quantidades fracionadas, ocultando assim o verdadeiro destino do dinheiro.

Flagrante e detalhes das prisões

A prisão ocorreu na agência Palácio dos Leões do Banco do Brasil, localizada no Centro de São Luís (MA). Durante a abordagem, Larissa Rezende foi flagrada tentando entregar uma mochila com R$ 400 mil a uma deputada estadual após realizar o saque. De acordo com documentos da PF, estava previsto que os valores sacados seriam divididos entre os três detidos. Os valores foram distribuídos da seguinte forma:

  • R$ 400 mil para Larissa Rezende Santos;
  • R$ 19.350 encontrados na bolsa de Maria Soares;
  • R$ 50 mil que foram sacados e depositados na conta de Ivan Madeira.

Justificativas dos envolvidos

Durante o interrogatório, Ivan alegou que os recursos eram destinados a um projeto para o Dia das Crianças, que por sua vez seria realizado em diversas comunidades, não necessariamente na data comemorativa em si. Ele também afirmou que o dinheiro teria sido repassado para Maria Soares, que exigiu o montante em espécie para a realização de eventos.

Maria José de Lima Soares detalhou que recebeu a quantia para produções culturais e que sua empresa, a Banzeiro Grande Produções, opera de forma terceirizada, sem possuir funcionários permanentes. Ao ser questionada sobre a falta de notas fiscais para os contratados, ela justifica que as festividades do Dia das Crianças ocorrem em várias localidades em datas diferentes.

A resposta da assessoria e a continuidade das investigações

Larissa Rezende optou por não oferecer declarações à polícia e invocou o direito ao silêncio. A reportagem tentou contato com a assessoria de imprensa dos deputados mencionados e com o Governo do Maranhão para esclarecer como a liberação dos recursos foi aprovada, mas não obteve respostas até o momento. O espaço permanece aberto para qualquer esclarecimento.

Consequências e desdobramentos

As prisões, realizadas no dia 17 de outubro, foram homologadas pela Justiça. A PF destacou que há evidências substanciais que vinculam os detidos aos crimes de peculato e corrupção passiva, considerando que os recursos que deveriam financiar um evento específico destinado ao público infantil foram desviados para interesses pessoais.

As investigações continuam e a PF reforça a importância de manter a vigilância sobre o uso de recursos públicos, especialmente em tempos onde a transparência e a ética são essenciais para a confiança da população nas instituições.

O caso levanta questões sobre a gestão de emendas parlamentares e a responsabilidade dos gestores públicos na aplicação dos recursos, clamando por um controle mais rigoroso e eficaz para evitar futuros desvios e garantir que o dinheiro público alcance realmente aqueles que mais necessitam.

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