Na sessão desta segunda-feira, os preços do petróleo recuaram devido ao crescimento da oferta internacional, especialmente com o aumento das cotas da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep+), e à desaceleração econômica da China, maior compradora mundial de petróleo. O Brent do Mar do Norte, referência para o Brasil, fechou em US$ 61,01, uma queda de 0,46%, próximo aos níveis mais baixos desde maio, enquanto o WTI, dos Estados Unidos, caiu 0,03%, para US$ 57,52.
Oferta em alta e impacto no mercado petroleiro
A pressão sobre os preços do petróleo tem se intensificado após o aumento considerável na produção do cartel da Opep+ desde abril. Segundo Andy Lipow, da Lipow Oil Associates, “o petróleo continua sob pressão porque a oferta segue aumentando, principalmente após as maiores cotas de produção negociadas pelo grupo”.
O cartel ampliou sua produção recentemente, provocando um excesso de oferta em relação à demanda global. Além dos integrantes da Opep+, a produção nos Estados Unidos, Brasil, Argentina e Guiana também contribui para a elevada oferta no mercado mundial, reforçando o cenário de baixa para os preços.
Perspectivas do mercado e sinais econômicos da China
Segundo o último relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), há um excedente de oferta de cerca de 2,2 milhões de barris por dia em 2025, podendo chegar a quase 4 milhões em 2026. Essa previsão reflete o cenário de excesso de petróleo disponível, mesmo com a demanda desacelerada.
O mercado também acompanha de perto os sinais econômicos da China, segunda maior economia mundial e maior importadora de petróleo. Nesta segunda-feira, a China anunciou uma desaceleração de 4,8% no crescimento do terceiro trimestre, o ritmo mais lento em um ano, devido à queda no consumo interno e às tensões comerciais. “Como Pequim é o maior importador mundial de petróleo, os operadores estão atentos à saúde econômica do país”, destacou Phil Flynn, do Price Futures Group.
Atualizações e expectativas
Com a queda recente no preço do petróleo, investidores continuam vigilantes ao impacto das políticas de produção da Opep+ e às condições econômicas globais. A desaceleração chinesa, aliada às tensões comerciais entre Estados Unidos e China, reforça a previsão de um mercado de petróleo com excesso de oferta nos próximos anos, levando a uma possível estabilização ou redução dos preços.
Para o futuro, analistas indicam que a evolução da demanda global, especialmente na China, será determinante para reequilibrar o mercado e determinar os preços do petróleo na próxima década. Saiba mais sobre o cenário energético.