O Palácio do Planalto tem monitorado a repercussão da CPI do INSS nas redes sociais e vê a comissão longe de afetar a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Levantamentos internos mostram que as revelações da CPI não têm atingido o governo de forma ampla, ao contrário do que se temia quando o colegiado foi instalado.
Reações limitadas nas redes sociais
Relatórios do governo indicam que os vídeos em recortes de trechos da comissão repercutem apenas em bolhas bolsonaristas, junto a segmentos que já não apoiam o presidente. Este cenário revela que as dificuldades enfrentadas pela CPI, como a composição da comissão, não têm causado o impacto temido inicialmente.
A avaliação política e de comunicação é de que o governo conseguiu contornar efeitos negativos para o Planalto depois de ter derrapado na formação da CPI. Se a criação do colegiado foi considerada um péssimo início para o governo, a estratégia atual parece ter gerado alguma resiliência em relação às possíveis críticas.
A composição da CPI e as medidas do Planalto
Os dois principais postos estão com nomes da oposição: a presidência, com o senador Carlos Viana (Podemos-MG), e a relatoria, com o deputado Alfredo Gaspar (União-AL). Essa formação desfavorável fez com que o Planalto recalculasse a estratégia e escalasse uma tropa de choque, visando evitar a convocação de figuras influentes, como José Ferreira da Silva, o Frei Chico, irmão do presidente Lula.
Desdobramentos de um esquema de fraudes
Frei Chico, que é vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Força Sindical (Sindnapi), teve seus endereços alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Sem Desconto, que investiga um esquema bilionário de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Importante ressaltar que, diferentemente de outros dirigentes do Sindnapi, Frei Chico não é citado no inquérito, o que lhe proporciona um certo respiro nesta turbulenta situação.
Coordenação entre senadores e deputados
Além de contornar a situação, o Planalto decidiu estabelecer um comando único com senadores e deputados da base para coordenar as táticas relacionadas à CPI. Sob a liderança do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS), a estratégia é alinhar as ações da CPI com as diretrizes da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Esta ação visa fortalecer o discurso governamental e a unidade em momentos de crise.
Enquanto a CPI avança, o governo se posiciona estrategicamente, visando minimizar os danos à imagem do presidente. A capacidade de implementar uma resposta rápida e eficaz, mesmo diante de adversidades, será um dos grandes desafios que a administração Lula terá que enfrentar nos próximos meses.
Com o foco na manutenção da estabilidade política e uma imagem presidencial robusta, o Palácio do Planalto continua a observar com cautela os desdobramentos da CPI do INSS e suas consequências para o governo. O sucesso dessa estratégia será fundamental para a busca da confiança popular e o fortalecimento da base aliada em um ambiente político desafiador.