Brasil, 20 de outubro de 2025
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Papa Leão XIV recebe vítimas e ativistas contra abusos no Vaticano

A audiência com o Papa foi considerada uma nova esperança para as vítimas de abusos e a luta por justiça.

No coração do Vaticano, um encontro marcado por histórias de dor e a busca por reparação. O Papa Leão XIV recebeu, pela primeira vez desde sua eleição, membros da ECA Global (Ending Clergy Abuse), uma associação internacional de direitos humanos que luta por apoio e indenizações às vítimas de abusos cometidos por representantes da Igreja Católica. O evento foi encarado como um marco histórico e um passo esperançoso em direção a uma colaboração mais profunda entre a Igreja e as vítimas.

A origem do encontro

Tudo começou com uma carta enviada à Santa Sé, a qual culminou na audiência de hoje no Palácio Apostólico. Os membros da ECA Global, que incluem vítimas de abusos de mais de 30 países, vieram ao Vaticano dispostos a compartilhar suas experiências e buscar um compromisso da Igreja em agir contra esse problema histórico, que os papas anteriores já chamaram de uma “chaga”. Durante a audiência, Leão XIV ouviu atentamente as histórias de cada um deles, ressaltando a importância desta escuta na construção de um caminho para a justiça e a cura.

Um passo histórico em direção à cooperação

A audiência foi descrita pelos participantes como “um passo histórico e cheio de esperança”. Gemma Hickey, que sobreviveu a abusos no Canadá, declarou: “O Papa foi muito aberto e caloroso. Ele escutou de forma respeitosa e demonstrou um verdadeiro interesse em entender nossas histórias.” A declaração do grupo durante a reunião destacou a necessidade de uma política de “tolerância zero”, em conformidade com as recomendações da ONU de 2014, em relação aos abusos clericais.

Iniciativas pela justiça

Os membros da ECA apresentaram sua Iniciativa Tolerância Zero, enfatizando que as políticas devem ser centradas nas vítimas e que é fundamental instaurar padrões globais de proteção. A conversa sobre a proteção de crianças e adultos vulneráveis foi um aspecto central do encontro, onde se também discutiu o trabalho realizado pela Comissão Pontifícia para a Proteção dos Menores e a proposta de um diálogo contínuo entre as duas entidades.

Um diálogo respeitoso e muitas promessas de mudança

Matthias Katsch, da Alemanha, enfatizou que o encontro visava não apenas prestar queixa, mas também colaborar em soluções que protejam os mais vulneráveis. “Não viemos em busca de confronto, mas sim de responsabilidade e transparência”, disse. O sentimento entre os participantes era claro: a urgência de garantir que a Igreja ouça as vozes dos sobreviventes e tome medidas efetivas para corrigir erros do passado.

Os presentes simbólicos

Como símbolo deste encontro, o Papa recebeu dois livros de seus visitantes. O primeiro, “La verdad nos hizo libres” (A verdade nos tornou livres), escrito por Sergio Salinas e a jornalista Paola Ugaz, detalha os abusos ocorridos no movimento religioso Sodalicio no Peru, do qual Salinas foi também vítima. O segundo, “Damit es aufhört” (Para que acabe), de Matthias Katsch, narra os desdobramentos dos escândalos de abuso na Alemanha desde 2010, entrelaçados à sua própria história.

Após a audiência, os membros da ECA expressaram satisfação e esperança renovada em um compromisso transformador da Igreja. “Hoje, sentimos que nossas vozes foram ouvidas e que estamos um passo mais perto da justiça e da dignidade que todos merecemos”, concluiu Hickey. Os participantes deixaram o Vaticano não apenas com um espírito de esperança, mas com a certeza de que o diálogo e a colaboração são caminhos fundamentais para futuras mudanças.

Para mais detalhes sobre este importante encontro, acesse Vatican News.

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