Brasil, 20 de outubro de 2025
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Senai Park de Ipojuca promove transição energética na indústria

Parque de inovação do Senai em Pernambuco usa hidrogênio verde e baterias de lítio para impulsionar a descarbonização industrial

Inaugurado nesta segunda-feira (20), o Senai Park em Ipojuca, na região metropolitana do Recife, traz foco na transição energética com projetos de inovação voltados à sustentabilidade e produção de energia limpa. O centro de tecnologia funciona como um berçário de plantas-piloto, permitindo que empresas industriais simulem procedimentos, realizem testes e avaliem o desempenho de produtos e técnicas.

Projetos de destaque no Senai Park e o foco na descarbonização

Com dois projetos já contratados por mais de dez companhias, que totalizam investimentos de R$ 100 milhões, o parque reforça a estratégia de promover a produção de energia limpa, especialmente em ano de COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima.

Hidrogênio verde e sua produção

Um dos projetos envolve a pesquisa e produção de hidrogênio verde, utilizando um eletrolisador instalado no parque que consegue produzir até 30 quilos do gás por dia. O hidrogênio é visto como uma alternativa ao combustível fóssil, uma vez que não emite gás carbônico durante sua queima.

Segundo Oziel Alves, diretor de Inovação e Tecnologia do Senai-PE, o hidrogênio será utilizado tanto para abastecer veículos quanto para desenvolver células combustíveis capazes de armazenar essa energia. Com essa capacidade, o eletrolisador pode abastecer quatro veículos que percorrem cerca de 50 quilômetros diariamente entre o Porto de Suape e Recife.

Recife (PE) 17/10/2025 - Eletrolisador instalado no Senai Park em Ipojuca

Armazenamento de energia e reciclagem

Outro projeto em desenvolvimento é o armazenamento de energia por meio de grandes baterias, que pode solucionar problemas do sistema elétrico, como o curtailment — a descaracterização de energia gerada por fontes renováveis devido à insuficiência de capacidade de rede. Alves destaca que essa energia residual pode ser utilizada na produção de hidrogênio, promovendo maior eficiência energética e redução de desperdícios.

Baterias de lítio e produção nacional

Além disso, o parque trabalha na fabricação de baterias de lítio de baixa tensão, essenciais para a mobilidade elétrica. Com investimento de R$ 20 milhões, a nova linha de produção do Grupo Moura será automatizada, com capacidade de produzir até mil baterias mensais de 12V e 48V, prevista para o início de 2026.

Esse projeto representa uma tentativa de ‘tropicalizar’ a tecnologia, ou seja, produzir no Brasil baterias atualmente importadas da China, a partir de minerais estratégicos explorados no próprio país. A iniciativa conta ainda com recursos do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Industrialização e competitividade

Bruno Veloso, presidente da FIEPE, enfatiza que tecnologias como o hidrogênio verde e as baterias de lítio demonstram que a transição energética está inserida na própria indústria. Ele afirma que o setor precisa reduzir suas emissões de CO₂, substituindo processos poluentes por fontes de energia mais limpas.

“Na indústria, processos que geram gases de efeito estufa podem e devem ser evitados. A pesquisa por novas fontes energéticas é fundamental para a descarbonização”, afirma Veloso.

Outro ponto importante é o desenvolvimento de sistemas de armazenamento de energia, que podem ajudar a resolver o problema do excesso de geração de energia renovável, armazenando energia residual para uso futuro na produção de hidrogênio ou na rede elétrica.

Papel estratégico da indústria na transição energética

Para Armando Monteiro Bisneto, presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, as novas tecnologias mostram que a indústria já participa ativamente da transição energética. Segundo ele, a inovação permite reduzir a emissão de gases e melhorar a eficiência operacional.

Bruno Veloso reforça que o envolvimento das indústrias é essencial para a implementação de soluções sustentáveis e para atender às certificações exigidas pelo mercado europeu, que valoriza produtos de origem com energia limpa.

*Repórter e fotógrafo da Agência Brasil participaram da visita ao Senai Park, a convite do Senai-PE.

Para saber mais, acesse a matéria na Fonte oficial.

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