Campinas, cidade situada no interior de São Paulo, está em evidência pela sua robusta criação de empregos formais. Entre janeiro e agosto de 2025, a metrópole foi a que mais gerou novas vagas com carteira assinada, conforme dados divulgados pela Agência de Notícias do Estado de São Paulo na última terça-feira, 14. A cidade ocupa a quarta posição no estado, atrás apenas de São Paulo, Osasco e Guarulhos.
Desempenho no mercado de trabalho
De acordo com os registros da Fundação Seade, com base nas informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego, Campinas se destacou em meio a um ranking que inclui outras 50 cidades paulistas, como Mogi Guaçu (25º), Sumaré (31º), Indaiatuba (40º), Monte Mor (44º), Paulínia (46º) e Hortolândia (50º).
Além da proeminente criação de empregos, Campinas também se sobressaiu em relação ao salário médio de admissão, que alcançou R$ 2.612,69, o maior do país em agosto de 2025. Segundo Roberto Brito de Carvalho, economista e diretor da Faculdade de Ciências Econômicas da PUC-Campinas, esse crescimento na formalização de empregos é reflexo da recuperação econômica brasileira. “Com a taxa de desemprego em queda, estamos vendo um aumento significativo no número de empregos formais, o que é um bom sinal para a economia”, ressalta.
Setores em ascensão
O economista aponta que a maioria dos empregos gerados na cidade está concentrada na área de serviços. No entanto, Campinas possui um parque industrial diversificado, que também abrange serviços financeiros e atividades comerciais. “Os serviços são predominantes no âmbito da atividade comercial, com destaque para micro e pequenas empresas, abrangendo setores como alimentação, entretenimento e prestação de serviços necessários, como segurança e limpeza”, explica Carvalho.
Outro fator relevante é o crescimento do emprego industrial na região, que se mostra cada vez mais forte e diversificado.
Crescimento do empreendedorismo
Além da significativa geração de empregos, o empreendedorismo na Região Administrativa de Campinas (RAC) também apresentou resultados positivos. Dados da Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) indicam um aumento considerável no número de novas empresas abertas nos últimos anos. Em 2025, entre janeiro e setembro, foram registradas 21.337 novas empresas, um crescimento em comparação aos 17.958 registros de 2024 e 16.489 de 2023.
Setembro de 2025 destacou-se como o segundo melhor mês do ano em termos de criação de empresas, com 2.594 novas aberturas, ficando atrás apenas de fevereiro, que teve 2.637 aberturas. Carvalho acredita que mudanças na legislação trabalhista, especialmente desde 2017, contribuíram para esse aumento, uma vez que a terceirização se tornou uma prática mais comum. “Muitas pessoas estão adotando o que chamamos de ‘pejotização’, trabalhando por meio de contratos de prestação de serviço em vez de vínculos empregatícios tradicionais”, afirma.
Expectativas para o futuro
Com a aproximação das festividades de final de ano, o aquecimento da atividade econômica é esperado. “As compras de Natal exigem uma produção intensa nesse período, para que os produtos estejam prontos e disponíveis nas lojas”, menciona o economista. Isso sugere que o mercado de trabalho pode continuar a se expandir, refletindo o otimismo sobre o crescimento econômico em Campinas e na região.
Em suma, Campinas não só compartilha o cenário de crescimento econômico, mas também se torna um exemplo a ser seguido devido à sua resiliência e ao seu vasto potencial de emprego. As políticas públicas e iniciativas locais podem continuar a impulsionar essa trajetória de sucesso, beneficiando não apenas a cidade, mas toda a região metropolitana.
Para mais detalhes sobre a evolução do mercado de trabalho e as perspectivas na região de Campinas, acesse o site do G1 Campinas.