No próximo domingo, 19 de outubro, a Basílica de São Pedro será palco de um evento histórico para a Igreja Católica. O Papa Leão XIV canonizará sete novos santos, conhecidos por suas vidas exemplares e dedicação à fé. Durante uma apresentação realizada no sábado, 17 de outubro, na Sala de Imprensa da Santa Sé, os postuladores das causas dos beatos apresentaram suas histórias e o impacto que tiveram na Igreja e na sociedade contemporânea.
Um ato de fé e devoção
Os novos santos incluem Bartolo Longo, Inácio Choukrallah Maloyan, José Gregório Hernández Cisneros, Maria del Monte Carmelo Rendiles Martínez, Pedro To Rot, Maria Troncatti e Vincenza Maria Poloni. O Papa Francisco frequentemente afirma que esses santos “iluminarão as trevas do mundo”, e suas vidas representam virtudes que ressoam com os desafios da sociedade atual.
Bartolo Longo: Luz para os que não acreditam
O beato Bartolo Longo (1841-1926) é lembrado por seu profundo compromisso com os pobres e pela devoção ao Terço. Em sua juventude, Longo enfrentou uma crise de fé, mas encontrou seu caminho de volta através da oração e da dedicação ao Sagrado Rosário. O postulador, padre Antonio Marrazzo, destacou que seu trabalho no Santuário de Pompéia não apenas transformou a vida espiritual da região, mas também proporcionou melhorias sociais significativas, como hospitais e escolas, reafirmando que uma verdadeira relação com Deus não pode existir sem um compromisso com os outros.
Maloyan e o amor ao Santíssimo Sacramento
Inácio Choukrallah Maloyan (1869-1915), arcebispo de Mardin dos Armênios, é celebrado por seu martírio durante o genocídio armênio. O padre Carlo Calloni ressalta sua devoção à Eucaristia, especialmente no momento de sua morte, quando partilhou o pão com seus companheiros de martírio. A determinação de Maloyan em não renunciar à sua fé, mesmo sob pressão, é um desafio contemporâneo para muitos fiéis.
Hernández Cisneros: A medicina ao serviço dos pobres
José Gregório Hernández Cisneros (1864-1919), conhecido como “médico dos pobres”, dedicou sua vida a cuidar dos necessitados, independentemente de sua condição financeira. Sua história, ressaltada pela postuladora Silvia Monica Correale, ilustra o valor da caridade e da compaixão, especialmente em uma época em que a desigualdade social é ainda uma realidade. Hernández Cisneros é um exemplo de que a fé pode se manifestar de maneira concreta através do serviço ao próximo.
Maria Carmen e o impacto na educação
A beata Maria Carmen (1903-1977), fundadora do Instituto dos Servos de Jesus, terá sua canonização acompanhada de uma alegria especial para a Arquidiocese de Caracas, representando a canonização de dois beatos da mesma região. A postuladora destaca sua abordagem humilde e maternal, que pode inspirar não apenas as religiosas, mas todas as mulheres a buscarem a santidade em suas vidas cotidianas.
Pedro To Rot: Defensor do matrimônio
O beato Pedro To Rot (1912-1945), leigo martirizado por defender o casamento durante a ocupação japonesa em Papua-Nova Guiné, simboliza a luta pela indissolubilidade do matrimônio em tempos difíceis. Seu papel como um defensor contemporâneo do matrimônio traz um aspecto relevante em um mundo onde essa instituição enfrenta desafios e mudanças significativas.
Maria Troncatti: Maternidade missionária
Maria Troncatti (1883-1969), conhecida como “mãe de todos”, destaca-se por sua obra missionária entre indígenas no Equador. O postulador, padre Pierluigi Cameroni, enfatiza seu trabalho de reconciliação em uma época de tensões, e suas ações exemplificam a paz e o amor cristão, valores essenciais em um mundo dividido.
Vincenza Maria Poloni: Contemplação e caridade
Por fim, a beata Vincenza Maria Poloni (1802-1855), fundadora do Instituto das Irmãs da Misericórdia, viveu uma vida de contemplação e serviço aos pobres. O postulador Paolo Vilotta destaca sua capacidade de ver Cristo nos necessitados e a importância de equilibrar a caridade com a oração e a contemplação.
A canonização desses sete novos santos representa não somente a elevação de suas vidas à santidade, mas também um chamado à Igreja e aos fiéis para que, em meio a desafios, mantenham o compromisso com a fé, a caridade e a justiça social. Para muitos, eles representam uma luz em tempos sombrios, mostrando que a santidade é acessível a todos, em diversas formas e vocações.