O CEO do iFood, Diego Barreto, anunciou que a empresa pretende obter licença do Banco Central em 2026 para operar como um banco comercial completo. A estratégia inclui inicialmente oferecer depósito remunerado aos restaurantes e, no médio prazo, expandir para o consumidor final, integrando soluções financeiras ao seu ecossistema digital.
Ampliação do foco além do delivery e investimento em tecnologia
Barreto destaca que a companhia investe em inovação, como o recentemente lançado Ailo, uma plataforma de inteligência artificial generativa. Segundo ele, “a construção de hábito não é baseada no dinheiro, mas na experiência do produto”. A combinação de tecnologia e inovação é vista como elemento-chave para consolidar a liderança do iFood no mercado.
Integração entre o digital e o físico nos restaurantes
Um dos principais objetivos do iFood é criar uma conexão mais forte entre o ambiente online e físico dos estabelecimentos. Entre as estratégias está a identificação do cliente em restaurantes por meio do telefone ou cartão, além de oferecer descontos e cashback via aplicativo para quem opta por comer fora. A iniciativa já funciona em dez cidades e deve ser expandida para outras regiões.
Estratégia financeira conectada ao crescimento do fluxo físico
Conforme aumenta o fluxo nos restaurantes, o iFood consegue oferecer mais crédito aos parceiros. A fintech da companhia desembolsou R$ 160 milhões mensais para pequenos e médios restaurantes em 2024, com previsão de chegar a cerca de R$ 2 bilhões em 2025. A intenção é, a partir de 2026, oferecer depósitos remunerados aos estabelecimentos, ampliando seus serviços financeiros.
Planos de licenciamento e novos produtos financeiros
Outra meta do iFood é solicitar, em 2025, uma licença do Banco Central para atuar como banco comercial completo. Isso permitirá a oferta de investimentos, crédito imobiliário e outros produtos financeiros. “No curto prazo, o foco é os restaurantes; no médio, o consumidor final, sempre dentro de uma lógica de gerar sinergia no ecossistema”, explica Barreto.
Perspectivas de inovação e competição
Segundo Barreto, a estratégia do iFood para se destacar frente às novas entradas do mercado, como Keeta e 99Food, é investir em inovação e oferecer experiências superiores. “A construção de hábito não é baseada no dinheiro, mas na experiência do produto”, reforça. Além disso, o CEO ressalta que a empresa busca soluções de conveniência, como a expansão de categorias além de alimentação, incluindo farmácia, supermercado e futuras categorias de presente, pet shop, flores e acessórios.
Posição diante da disputa por exclusividades e foco na experiência
Quanto às disputas regulatórias envolvendo a 99Food e a Meituan, Barreto afirma que o foco do iFood não é atuar na discussão sobre exclusividade, mas investir em serviços que gerem retorno e valor para os usuários, como o programa Hits, que oferece refeições acessíveis e entregas rápidas. “A experiência do produto é o que constrói o hábito”, reforça.
Investimentos e estratégias futuras
O iFood planeja investir cerca de R$ 17 bilhões em 2024, com expectativa de superar R$ 20 bilhões em 2026. O foco principal será o desenvolvimento de tecnologia, especialmente o modelo de inteligência artificial Ailo, que permitirá uma personalização maior nas recomendações. Além disso, a empresa mira aquisições de startups nacionais de tecnologia, prevendo gastar pelo menos US$ 100 milhões nos próximos 12 meses.
O presidente também destacou que a expansão para novas categorias de mercado, como conveniência, farmácia, supermercado, pet shop, flores e presentes, faz parte de uma estratégia de diversificação do marketplace, visando aumentar a presença da marca além do segmento alimentício.
Para mais detalhes, acesse a matéria completa no site do Globo.