Brasil, 19 de outubro de 2025
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Investimentos chineses no setor de serviços crescem no Brasil

A entrada da China no mercado de serviços no Brasil aumenta, refletindo a diversificação dos negócios chineses no país

A presença chinesa no Brasil está se expandindo, especialmente no setor de serviços, em uma nova fase de investimentos além de infraestrutura, energia e indústrias automotivas. Companies como a multinacional de automação Libiao e a fast-food Mixue estão ampliando sua atuação no país, atraídas pelo potencial de consumo brasileiro.

Expansão da China no setor de serviços no Brasil

Recentemente, a Libiao, especialista em automação logística para e-commerce, anunciou sua entrada no mercado brasileiro, com foco no crescimento acelerado do comércio eletrônico. A empresa opera em mais de 35 países e chega ao Brasil priorizando soluções que aumentam a eficiência dos centros de distribuição, como robôs para gestão de produtos e encomendas.

Thiago Holanda, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Libiao na América Latina, destaca que o Brasil, por ser o maior mercado de e-commerce na região, apresenta um grande potencial para automação. “Houve um aumento de custos logísticos e, ao mesmo tempo, um baixo nível de automação, o que revela uma oportunidade de crescimento no setor”, afirma.

Outros setores e novos players chineses no Brasil

A presença chinesa também se destaca no setor de alimentação rápida, com a gigante Mixue, que anunciou um investimento de R$ 3,2 bilhões em maio de 2025. A rede, criada por dois irmãos na China, já possui uma vasta linha de produtos a preços acessíveis, como sorvetes, bebidas com chá cremoso e “bubbles” (bolinhas de sagu). A companhia planeja abrir franquias, montar uma fábrica local e usar ingredientes brasileiros, replicando seu modelo de distribuição integrada.

Segundo Roberto Kanter, professor da FGV, a vantagem competitiva da Mixue está no seu modelo verticalizado, que se diferencia das redes globais tradicionais, ao firmar contratos diretos com fornecedores locais. Assim, a marca pode se adaptar ao paladar brasileiro e aproveitar a matéria-prima nacional.

Mais investimentos e potencial de crescimento

Além da Mixue, outras empresas chinesas estão fortalecendo sua presença no Brasil. A Meituan, proprietária do aplicativo de delivery Keeta, anunciou um investimento de R$ 5,6 bilhões até 2029, com planos de criar uma rede de 100 mil entregadores e dobrar o número de usuários de delivery no país, que atualmente chega a 30 milhões. Mais detalhes aqui.

A chegada de novas plataformas e serviços de tecnologia, como agentes de inteligência artificial no delivery e pagamentos por Pix, também evidencia esse movimento. A UnionPay, maior bandeira chinesa de cartões de crédito, já opera no Brasil em parceria com a fintech Left, com saques disponíveis em 24 mil caixas eletrônicos.

Investimentos e influência da China no Brasil

Dados do Banco Central mostram que o investimento direto chinês em operações de participação de capital passou de US$ 105 milhões em 2019 para US$ 306 milhões em 2024, com US$ 379 milhões nos primeiros seis meses de 2025 (R$ 2 bilhões). A estratégia de expansão da China para o Brasil resultou em um recorde de 39 projetos e aportes que somaram US$ 4,18 bilhões em 2024, quase o dobro do ano anterior, segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC).

Especialistas avaliam que a diversificação dos investimentos chineses, de energia a tecnologia, está sendo impulsionada pela guerra comercial entre Estados Unidos e China. O movimento também é motivado pela busca de Pequim de fortalecer sua influência na América Latina, diante das dificuldades de estimular o mercado interno chinês.

Perspectivas futuras

O avanço da China no setor de serviços no Brasil reflete uma estratégia de longo prazo, com foco na adaptação às preferências do consumidor brasileiro e na utilização de recursos e mão de obra locais. Com a crescente presença de empresas, o Brasil deve se tornar um polo ainda mais importante na internacionalização chinesa na América Latina.

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