Brasil, 19 de outubro de 2025
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Lula reflete sobre os desafios da esquerda a caminho dos 80 anos

Ao se aproximar dos 80 anos, Lula expressa preocupações sobre o futuro do PT e sua relevância na política brasileira.

Às vésperas de completar 80 anos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem usado seus discursos em eventos públicos para compartilhar inquietações profundas sobre a política brasileira. Entre os temas que mais o preocupam estão a crise da esquerda, o futuro do Partido dos Trabalhadores (PT) e a real necessidade de uma nova candidatura em 2026. Em um encontro recente com integrantes do PCdoB, Lula fez um desabafo, reiterando a importância de entender o atual cenário político, especialmente em um contexto onde a extrema direita ganha força.

A autocrítica de Lula e a crise da esquerda

No encontro do PCdoB, Lula abordou as preocupações que o afligem de modo aberto e sincero. Ele confessou que teve dificuldades para gravar uma mensagem de incentivo para socialistas na Europa, refletindo sobre como a mensagem da esquerda não está conseguindo ressoar com os eleitores. “Fiquei pensando que mensagem poderia dar para as pessoas que ainda querem ser de esquerda. Não é fácil”, admitiu.

O presidente também fez uma crítica incisiva ao campo progressista, dizendo que “não está convencendo” e que é necessário um esforço para reaproximar-se do povo. Para Lula, a distância entre a esquerda e a população é preocupante. “Nós nos distanciamos do povo. Do jeito que está, não dá. Temos que mudar”, enfatizou, sugerindo que novos métodos e estratégias podem ser necessários para reconquistar a confiança do eleitorado.

Novas diretrizes para o futuro do PT

Ao discutir sua possível candidatura em 2026, Lula não hesitou em declarar a importância de atualizar seu discurso e de pensar em propostas que vão além das políticas que já fez ao longo de sua carreira. “Eu serei candidato para quê? Para continuar falando de Bolsa Família? É preciso pensar num país maior”, afirmou, deixando claro que a narrativa política precisa se reinventar.

Reflexões sobre a ida à Nova York

Essa autocrítica não é nova. Em um encontro em setembro, durante uma reunião com líderes progressistas em Nova York, Lula questionou abertamente onde a esquerda teria cometido erros que permitiram o crescimento da direita no Brasil. “Por que permitimos que a extrema direita crescesse com a força que está crescendo? É virtude deles ou incompetência nossa?”, indagou, demonstrando sua preocupação com a eficácia das estratégias atuais da esquerda.

A comunicação da esquerda e seus desafios

Durante seu discurso, Lula atribuiu parte dos problemas enfrentados pela esquerda à comunicação inadequada. Ele destacou que a mensagem tem sido direcionada apenas para os já convertidos, resultando em uma “surra” no ambiente digital. Essa autocrítica parece reconhecer a necessidade de uma presença mais forte e mais efetiva nas redes sociais, onde a oposição frequentemente ganha terreno.

Embora tenha observado que a presença do governo nas redes sociais melhorou, Lula enfatizou que o Planalto ainda tem se apoiado em estratégias antiquadas. Um exemplo mencionado foi o uso de uma expressão que já havia perdido a eficácia, “Governo do Brasil”, repetida por ministros em campanhas publicitárias que, conforme ele, precisam de mais inovação.

Determinação e ambição política

Apesar de continuar refletindo de maneira crítica sobre a trajetória e os desafios da esquerda, Lula deixou claro que não perdeu o apetite pelo poder. Ao afirmar que, se reeleito em 2026, poderá ocupar a presidência até os 85 anos, ele afirmou: “Tenho disposição para mais umas cinco eleições.” Essa afirmação não apenas sinaliza sua intenção política, mas também uma determinação em permanecer relevante na arena política brasileira.

Conselhos e aprendizados do passado

A história recente de Lula como líder político é marcada por desafios e reviravoltas. Em uma recente reflexão sobre suas escolhas passadas em relação a indicações no Supremo Tribunal Federal, ele demonstrou que já revisitou esses erros durante seu tempo preso e dispensa conselhos superficiais sobre estratégias políticas, afirmando: “Passei 580 dias em Curitiba lembrando esses erros. Pode ter certeza que eu já pensei mais nisso do que você.”

O futuro do PT e da esquerda, em geral, parece incerto, mas a disposição de Lula para enfrentá-lo é inegável. Foi claro em seu discurso que a responsabilidade de renovação e autocrítica não recai apenas sobre ele, mas sobre todo o movimento que precisa se unir e repensar suas estratégias para o futuro.

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