Goiânia – Na quinta-feira (16/10), uma servidora do Centro de Atendimento Integrado de Saúde (CAIS) Colina Azul, localizado em Aparecida de Goiânia, foi presa em flagrante sob a acusação de corrupção passiva. Ela foi detida após exigir o pagamento de um PIX para a liberação de exames que, segundo a legislação brasileira, devem ser realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A denúncia e a abordagem policial
O caso chegou ao conhecimento da Polícia Militar de Goiás (PMGO) após uma denúncia feita por uma paciente que se sentiu lesada ao ser cobrada por um exame que deveria ser gratuito. Inicialmente, a servidora Andressa Gonzaga Moreira informou à paciente que não havia vagas disponíveis, prometendo tentar um encaixe futuramente.
Cerca de 24 horas após a consulta, a servidora contactou a paciente pelo WhatsApp, afirmando que havia conseguido marcar o exame, mas exigiu que ela realizasse um depósito via PIX, equivalente a metade do valor que seria cobrado por um laboratório particular, como condição para liberar o encaminhamento.
A reação da paciente
Percebendo a irregularidade na cobrança, a paciente decidiu voltar à unidade de saúde em busca de esclarecimentos, mas a servidora se manteve firme em sua posição, condicionando o atendimento ao pagamento. Sem saída, a vítima acionou a Polícia Militar pelo número 190, o que levou a uma rápida mobilização da guarnição ao CAIS Colina Azul.
Investigação e prisão
Chegando ao local, os policiais analisaram as capturas de tela das conversas entre a servidora e a paciente. Durante a abordagem, Andressa admitiu ter solicitado o pagamento, confirmando os termos da conversa e reconhecendo a cobrança indevida. Diante das evidências, os policiais consideraram que a servidora poderia ser culpável pelo crime de concussão, conforme previsto no Art. 316 do Código Penal Brasileiro.
A servidora e a vítima foram levadas à Central Geral de Flagrantes de Aparecida de Goiânia, onde a prisão em flagrante foi registrada. A situação causou revolta na comunidade local e trouxe à tona a discussão sobre a corrupção no serviço público, especialmente em setores sensíveis como a saúde.
Resposta da Secretaria de Saúde
A Secretaria de Saúde de Aparecida (SMS) foi informada do ocorrido e, em nota oficial, comunicou que tomou medidas administrativas imediatas, incluindo a demissão da servidora e a abertura de um processo interno para investigar o situação. A secretaria destacou ainda que está colaborando com as autoridades policiais para garantir que todos os envolvidos sejam responsabilizados.
Reflexão sobre a corrupção no serviço público
Este caso é mais um triste exemplo de como a corrupção pode atuar dentro de instituições públicas, afetando diretamente a população que depende de serviços essenciais. O acesso a exames e tratamentos de saúde não deve ser condicionado a pagamentos indevidos e os cidadãos devem sempre se sentir seguros ao buscar os seus direitos.
Além disso, é fundamental que ações preventivas e educativas sejam implementadas nas instituições de saúde, para coibir práticas corruptas e promover a transparência. A sociedade, por sua vez, tem um papel crucial na denúncia de irregularidades e na cobrança por serviços públicos de qualidade e isentos de corrupção.
Com casos como esse, a confiança nas instituições pode ser prejudicada, mas a colaboração entre os cidadãos e as estruturas de fiscalização pode ser a chave para uma mudança significativa. O fortalecimento de mecanismos de denúncia e proteção a testemunhas será essencial para que mais pessoas se sintam encorajadas a relatar crimes semelhantes, garantindo um ambiente mais justo e ético para todos.
O episódio em Aparecida de Goiânia serve como um alerta para a população e as autoridades sobre a importância de monitorar e combater a corrupção nos serviços públicos, especialmente os que estão diretamente ligados ao bem-estar da sociedade.