No último sábado, milhares de pessoas participaram de protestos simultâneos nos Estados Unidos, repudiando o que consideram um aumento do autoritarismo sob o governo de Donald Trump. A mobilização, intitulada “No Kings”, conta com mais de 2.600 atos previstos em cidades e vilarejos de todos os 50 estados americanos.
Crescimento das manifestações e reação ao governo Trump
As manifestações começaram na manhã de sábado em cidades da Costa Leste, como Washington, D.C., Miami, na Flórida, e Lexington, em Massachusetts. Também há registros de protestos em Ann Arbor, Michigan. As marchas têm como foco a oposição às ações do presidente, como o uso de tropas da Guarda Nacional para controlar protestos e a implementação de uma forte política de deportação de imigrantes.
Desde janeiro, Trump tem usado recursos do governo de forma inédita: mobilizou a Guarda Nacional em cidades controladas pelos democratas, intensificou ações contra grupos de esquerda e liberal, além de liderar uma operação de deportação massiva que inclui detenções em via pública por agentes federais sem procedimento legal claro.
Histórico e contexto dos protestos
A primeira mobilização “No Kings” ocorreu em junho, com uma adesão estimada de cinco milhões de pessoas, em sua maioria pacíficas, embora tenham ocorrido alguns confrontos isolados com a polícia. Os organizadores temiam que os protestos servissem como justificativa para novas ações de repressão por parte do governo.
Em Texas, o governador republicano Greg Abbott anunciou o envio de tropas da Guarda Nacional em Austin, alegando possíveis ameaças de grupos ligados ao “antifa”, o que gerou críticas de lideranças democratas, que acusaram a iniciativa de intimidar os manifestantes.
Reação das organizações e apelo à paz
Grupos como a União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), Indivisible, MoveOn e a Federação de Professores pediram cautela e reforçaram a importância de manifestações pacíficas, destacando que protestar de forma ordeira representa um ato patriótico.
“Eles podem tentar transformar essa mobilização em algo perigoso, mas a verdade é que não há nada ilegal ou inseguro em organizar ou participar de manifestações pacíficas. Essa é uma expressão verdadeira do espírito democrático americano”, afirmou Diedre Schlifeling, dirigente da ACLU.
Perspectivas futuras
A expectativa é de que as ações continuem nos próximos dias, diante do aumento das tensões entre opositores e apoiadores do governo Trump. Especialistas alertam para o risco de escalada de conflitos, mas ressaltam a necessidade de manter o diálogo e a preservação dos direitos civis.