Brasil, 18 de outubro de 2025
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PM que matou estudante de medicina em SP deu versões diferentes do crime

Policial militar troca versões sobre a morte do estudante Marco Aurélio em SP, revelando confusões na abordagem e atendimento médico.

No dia 20 de novembro de 2024, a Vila Mariana, em São Paulo, foi palco de um trágico incidente que resultou na morte do estudante de medicina Marco Aurélio Cardenas Acosta, de 22 anos, ao ser alvejado por um policial militar. Recentemente, imagens das câmeras corporais dos PMs revelaram detalhes contraditórios sobre o ocorrido, ocasionando indignação na opinião pública e levantando questões sobre a conduta das autoridades.

O incidente e a abordagem policial

O incidente começou quando Marco Aurélio, em um momento de impetuosidade, deu um tapa no retrovisor de uma viatura que passava pela Rua Cubatão. A partir desse ato, os policiais militares Guilherme Augusto Macedo e Bruno Carvalho do Prado saíram da viatura e seguiram o estudante até o saguão de um hotel onde ele estava hospedado. As câmeras de segurança capturaram a sequência aterradora dos acontecimentos: o PM Guilherme apontou seu revólver para Marco Aurélio e gritou que ele “iria tomar” um tiro.

Após uma breve luta, em que o estudante foi chutado e derrubado, Guilherme disparou à queima-roupa, atingindo Marco no abdômen. Apesar de ser imediatamente socorrido, ele não conseguiu sobreviver aos ferimentos após ser submetido a dois paradas cardiorrespiratórias no Hospital Ipiranga, que se encontrava superlotado e sem tomografia.

Contradições nas versões dos policiais

As imagens das câmeras corporais revelaram que, em menos de 10 minutos após o tiroteio, o PM Guilherme apresentou duas versões diferentes sobre o que ocorreu. Na primeira, ele se descreveu como “encurralado” pelo estudante, afirmando que Marco teria avançado contra ele após derrubar seu colega. Na segunda versão, ele mencionou que tentou fazer a detenção do jovem antes de atirar.

O advogado da família da vítima, Pedro Medeiros Muniz, apontou que, em nenhum momento, os PMs mencionaram que Marco Aurélio teria tentado pegar a arma de Bruno. Essa informação só apareceu depois, no boletim de ocorrência. Essa discrepância gerou dúvidas sobre a veracidade das afirmações feitas pelos policiais e levantou questões sobre a responsabilidade na abordagem que levou ao homicídio.

Criticas ao atendimento médico

Após ser baleado, Marco Aurélio foi levado ao Hospital Ipiranga, que estava com sua emergência fechada por superlotação e falta de equipamentos como o tomógrafo, essencial para diagnosticar o ferimento. O pai da vítima, em declarações emocionadas, criticou a decisão dos bombeiros e a falta de atendimento adequado. Ele ressaltou que havia hospitais mais próximos e com melhores condições, que poderiam ter prestado um atendimento mais adequado.

A ficha de atendimento registra que o Núcleo Interno de Regulação (NIR) havia avisado as equipes sobre a superlotação, mas mesmo assim os bombeiros conduziram a vítima ao hospital. O contexto da situação levanta mais perguntas sobre o cumprimento dos protocolos de emergência e eficaz resposta a um incidente tão grave.

A resposta das autoridades

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) declarou que o atendimento à vítima foi realizado conforme os protocolos de emergência estabelecidos. Afirmou também que o jovem foi encaminhado rapidamente ao Hospital Ipiranga após consulta ao médico regulador que supervisiona a disponibilidade hospitalar. Contudo, a indignação popular persiste e muitos questionam a capacidade das forças policiais e do sistema de saúde em lidar com situações críticas.

Conclusão

A morte de Marco Aurélio Cardenas Acosta expõe não apenas a complexidade dos conflitos entre civis e forças policiais, mas também as falhas no sistema de saúde pública que podem agravar tragédias como essa. A troca de versões pelos policiais e a crítica à condução do atendimento médico precisam ser investigados com rigor, para que ocorra não apenas justiça para a família da vítima, mas também para que medidas preventivas sejam implementadas e situações como essa não se repitam no futuro.

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