Brasil, 18 de outubro de 2025
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Volatilidade nas ações: receios com empréstimos ruins alarmam investidores

A volatilidade retorna a Wall Street com alertas sobre empréstimos de alto risco e suas possíveis consequências no mercado.

A recente volatilidade em Wall Street levanta preocupações entre investidores, que estão alarmados com a revelação de empréstimos ruins por bancos regionais. As notícias de falhas na concessão de crédito têm gerado incertezas sobre a qualidade do crédito no mercado e se essa situação pode refletir uma correção brusca que muitos, inclusive especialistas, já previam.

O impacto das divulgações sobre a saúde do mercado

Na última quinta-feira, dois bancos regionais, Zions Bancorporation, baseado em Salt Lake City, e Western Alliance Bancorp, de Phoenix, revelaram perdas significativas provocadas por empréstimos fraudulentos, resultando em quedas de 13% e 11% nas respectivas ações. O mercado imediatamente reagiu com um sell-off que impactou o S&P 500 e o índice Dow Jones, encerrando o dia com perdas acentuadas.

O alerta de que a qualidade dos empréstimos pode estar comprometida faz surgir dúvidas: estaríamos diante de casos isolados ou de um indício de problemas maiores que ameaçam o setor financeiro? As recentes falências em setores como o automotivo, destacando duas grandes empresas, ampliam essa apreensão.

Volatilidade tem retornado a Wall Street devido a empréstimos ruins.

Volatilidade tem retornado a Wall Street devido a empréstimos ruins.

Contexto de um cenário financeiro preocupante

As preocupações não estão deslocadas, especialmente considerando a crise financeira de 2008, que foi alimentada pelo colapso do mercado imobiliário dos EUA e pela concessão irresponsável de hipotecas subprime. Agora, com empréstimos automotivos subprime atingindo altos níveis de inadimplência, alguns estão começando a ver paralelos. A Tricolor, um conhecido financiador de veículos para clientes com histórico de crédito ruim, recentemente entrou em falência, acendendo um alerta ainda maior sobre a saúde das instituições financeiras que operam nesse nicho.

No entanto, houve um momento de alívio na sexta-feira, quando os índices de ações mostraram sinais de recuperação. Zions Bancorporation e Western Alliance Bancorp conseguiram reduzir algumas de suas perdas iniciais, e a execução de resultados melhores do que o esperado pelo Fifth Third Bancorp, um banco regional, ajudou a restaurar alguma confiança entre os investidores. Ulrike Hoffmann-Burchardi, chefe global de ações do UBS, comentou que acredita que esses problemas de crédito são incidentes isolados e não refletem um enfraquecimento mais amplo nas tendências de crédito.

O S&P 500 e o Dow Jones fecharam com perdas acentuadas.

O S&P 500 e o Dow Jones fecharam com perdas acentuadas.

Os ‘baratas’ do sistema financeiro

No entanto, não são todos os analistas que compartilham essa visão otimista. O CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, alertou sobre a presença de “baratas” na economia, referindo-se a problemas pequenos que podem indicar desafios maiores. Ele afirmou que “quando você vê uma barata, é provável que haja mais”, uma analogia que levanta preocupações sobre a possível existência de mais empréstimos problemáticos ocultos no sistema financeiro.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, alerta sobre 'baratas' na economia.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, alerta sobre ‘baratas’ na economia.

A dívida crescente dos americanos

O aumento dos custos de veículos e seguros está levando milhões de americanos ao limite financeiro. Atualmente, existe uma dívida de US$ 1,66 trilhões em empréstimos automobilísticos, um fardo que supera até mesmo a dívida estudantil federal. Esse número cresceu 20% desde 2020, enquanto muitos devedores lutam para acompanhar os pagamentos, trazendo a possibilidade de um colapso semelhante ao que ocorreu em 2008.

As consequências desse quadro preocupante podem impactar não apenas Wall Street, mas também a economia como um todo, sugerindo que estamos em um momento crítico que merece a atenção de todos, especialmente o setor bancário e os investidores.

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