Brasil, 18 de outubro de 2025
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Divisão entre evangélicos do Senado sobre indicação de Messias ao STF

A indicação de Jorge Messias como próximo ministro do STF gera divisão entre bancada evangélica e desconfiança sobre seu vínculo com Lula.

A indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga deixada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, tem gerado discussões entre os membros da bancada evangélica do Senado. Embora a escolha seja vista por alguns como um aceno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos evangélicos, muitos senadores da Frente Parlamentar Evangélica (FPE) exprimem suas reservas e desconfianças em relação à indicação.

Sinalização de Lula aos evangélicos

No dia 16 de outubro, Lula se reuniu com importantes figuras da Assembleia de Deus, incluindo os bispos Manoel Ferreira e Samuel Ferreira, além do deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP). A reunião, que contou também com a presença da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, faz parte das tentativas contínuas do presidente em se reaproximar desse segmento da sociedade. A primeira-dama, Janja Lula da Silva, tem realizado visitas a diferentes localidades em busca de diálogo com as mulheres evangélicas, sinalizando uma abertura ao diálogo entre o governo e o público evangélico.

Desconfiança e divisões na bancada evangélica

Embora Jorge Messias seja um presbiteriano atuante na Igreja Batista e uma figura de confiança para Lula, suas credenciais e a profundidade de sua relação com a comunidade evangélica têm sido questionadas. Composta por 18 senadores, a FPE, presidida pelo senador Carlos Viana (Podemos-MG), apresenta uma composição majoritariamente de oposição. Membros do colegiado expressam a preocupação de que a ligação de Messias com o governo petista pode sobrepor a sua conexão com os valores evangélicos. Um senador que preferiu não se identificar comentou: “Acho que não atende [aos evangélicos]. Ele atende ao PT. É ideológico, até onde conheço.”

As opiniões na bancada estão divididas. Enquanto alguns membros demonstram preocupação, outros, como a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), defendem que a indicação deve ser avaliada com base no Evangelho e não nas questões políticas. Gama afirmou: “O ministro Messias não é um evangélico oportunista, ele tem trabalho muito próximo com a igreja”.

A tramitação da indicação

A trajetória de Messias até o STF não será simples. Ele deve ser submetido a uma sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que, atualmente, é presidida pelo senador governista Otto Alencar (PSD-BA). Para que a indicação avance, é necessário que a comissão vote e aprove o nome. Posteriormente, o plenário do Senado ainda precisará referendar a escolha, necessitando do apoio de pelo menos 41 senadores.

Se o nome for aprovado, cabe ao presidente da República formalizar a nomeação. A Constituição estabelece que os ministros do STF devem ter entre 30 e 70 anos, além de “notável saber jurídico e reputação ilibada”. Por fim, é importante ressaltar que, embora o mandato dos ministros não tenha limite de duração, a aposentadoria compulsória ocorre aos 75 anos.

O futuro de Messias no STF

Com a expectativa de que a indicação de Jorge Messias seja formalizada em breve, o desenrolar desse processo será crucial não apenas para a relação entre o governo e os evangélicos, mas também para a própria configuração do STF. A escolha de um dos ministros mais influentes do país pode impactar a política brasileira e a interpretação das leis por muitos anos. A divisão na FPE sobre essa indicação sublinha a complexidade das relações entre religião e política no Brasil, ressaltando que cada passo dado nesta direção será estudado com atenção.

A situação ilustra o desafio que Lula enfrenta ao tentar unir diferentes segmentos da sociedade em um ambiente político polarizado, onde alianças são frequentemente testadas.

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