Brasil, 18 de outubro de 2025
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Juíza dos EUA proíbe NSO Group de atacar usuários do WhatsApp

Decisão limita as ações da fabricante israelense de spyware após anos de litígio pelo uso de software invasivo

Uma juíza federal dos Estados Unidos determinou que a NSO Group, fabricante israelense de spyware, não pode mais direcionar ataques a usuários do WhatsApp. A decisão, divulgada nesta semana, reduz a indenização de US$ 168 milhões (R$ 914 milhões) para apenas US$ 4 milhões (R$ 21,7 milhões), alegando que o comportamento da empresa não foi considerado “especialmente grave”.

Decisão judicial restringe ações da NSO Group contra usuários do WhatsApp

A juíza Phyllis Hamilton, da Califórnia, destacou que, embora a conduta da NSO Group cause danos irreparáveis, ela não chega ao nível de gravidade necessário para uma sanção mais severa, como havia sido determinado pelo júri inicialmente. Segundo o tribunal, a NSO realizou engenharia reversa do código do WhatsApp para instalar clandestinamente software espião em dispositivos de cerca de 1.400 usuários, incluindo jornalistas, ativistas e advogados.

O tribunal também concedeu uma liminar à Meta, proprietária do WhatsApp, para interromper as táticas de espionagem da NSO Group no serviço de mensagens. A sentença concluiu que o spyware Pegasus, desenvolvido pela fabricante israelense, foi redesenhado diversas vezes para evitar detecção, burlando as tentativas de segurança do aplicativo.

Contexto e implicações do caso

Fundada em 2010, a NSO Group, sediada em Herzliya, próxima a Tel Aviv, é conhecida pelo software Pegasus, considerado altamente invasivo, capaz de ativar câmeras e microfones de smartphones e acessar dados do dispositivo, transformando o aparelho em um verdadeiro espião portátil. A ação judicial, iniciada em 2019, apontou que o software foi utilizado para monitorar figuras públicas e ativistas de direitos humanos, em uma tentativa de roubo de informações por parte do governo de vários países.

Apesar da condenação, a juíza afirmou que a indenização inicial foi excessiva, destacando a ausência de casos suficientes de vigilância ilegal para justificar uma punição mais severa. A decisão abre precedente para próximas investigações sobre o uso de tecnologia de espionagem por governos e empresas privadas.

Ascensão da NSO Group e controvérsias ao redor do Pegasus

Desde sua fundação, a NSO Group se posiciona como fornecedora de tecnologia de combate ao crime e terrorismo, licenciando seu software somente a governos. No entanto, reportagens indicam que o Pegasus é utilizado por países com históricos questionáveis em direitos humanos, levantando debates sobre limites éticos do uso de tais ferramentas.

Recentemente, a empresa passou por mudanças societárias, com um grupo de investimento americano adquirindo participação majoritária, segundo informações do site TechCrunch. Apesar disso, a controvérsia envolvendo a violação da privacidade de cidadãos permanece como um de seus principais desafios.

Próximas etapas e repercussões

A decisão judicial reforça a fiscalização sobre o uso de spyware clandestino e estabelece uma liminar que prohibe ações semelhantes por parte da NSO Group. Analistas afirmam que o processo deve servir de alerta para regulações mais rígidas no setor de cibersegurança globalmente.

Ainda que reduzida, a indenização sinaliza a dificuldade de mensurar danos causados por ataques de vigilância eletrônica e a complexidade de responsabilizar empresas de tecnologia em casos de uso indevido.

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